Capítulo LXXX
A Nova Terra
A nova terra será o lar eterno do redimido. O plano de salvação de
Deus inclui a transformação da terra assim como a redenção do homem. Cristo e
seus santos glorificados habitarão sobre este planeta que será limpo,
purificado e transformado no paraíso de Deus.
A Bíblia contém muitas profecias a respeito da nova terra e o
plano de Deus para este planeta. “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já
o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João,
vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como
uma esposa ataviada para o seu marido” (Apocalipse 21:1,2). “Porque eis que eu
crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem
mais se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu
crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, gozo” (Isaías
65:17,18). “Porque, como os céus novos e a terra nova que hei de fazer estarão
diante da minha face, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o
vosso nome. E será que, desde uma Festa da Lua Nova até à outra e desde um
sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor”
(Isaías 66:22,23). “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e
nova terra, em que habita a justiça” (2 Pedro 3:13).
I. O Futuro Lar do Homem
1. Falsas Teorias Sobre o Futuro
do Homem. A especulação humana tem produzido muitas
teorias falsas a respeito da vida futura e do lar eterno do homem. Algumas
pessoas ensinam que o homem, depois da morte, é reencarnado num animal ou em
outra pessoa. Outros afirmam que o homem retorna à terra como um fantasma para assombrar
os vivos ou para conversar com os amigos. Outros sustentam que o homem evapora
para o nada, ou que se torna parte da “Alma do Mundo”. Outros ainda dizem que o
homem, quando morre, vai para um “território da caçada feliz” ou que alguma
porção imaterial do homem vai para o céu ou para um lugar de tortura.
As teorias falsas que prevalecem na teologia da Cristandade são a
imortalidade da alma e o homem, na morte, indo para o céu ou para um inferno
ardente. Essas teorias falsas resultam da filosofia do dualismo, defendida por
Platão, um grego pagão, afirmando que a matéria é má. De acordo com esse ponto
de vista, a matéria é pecaminosa em si mesma e contrária a Deus e todas as
coisas espirituais. Portanto, o homem peca porque ele tem um corpo e vive num
planeta material. Quem acredita nessa falsa teoria ensina que o homem tem uma
consciência de natureza imaterial que pode viver separada do corpo, e que esta
natureza imaterial é imortal. Esta “alma” peca, afirmam eles, devido ao seu
contato com o corpo e a terra. Eles dizem que a purificação e a verdadeira
felicidade somente serão atingidas quando a “alma” do homem é libertada do
corpo e quando o homem residir fora da terra. Essa filosofia dualista grega
entrou para a teologia do Catolicismo Romano por meio de homens como Tertuliano
e Agostinho, sendo absorvida por muitas igrejas e teólogos Protestantes.
2. O Que a Bíblia Ensina. Contrário ao dualismo grego e à falsa teologia da Cristandade, a
Bíblia ensina que a terra e o corpo do homem não são pecaminosos em si mesmos.
Deus criou a terra e o homem, e no fim de Sua obra alegrou-Se. “E Deus viu tudo
quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31). O homem peca, não
porque tenha um corpo físico mortal, mas porque ele é dominado pela mente
carnal. O corpo do homem em si mesmo não é pecaminoso e nem justo; ele é
neutro. A terra não é má; ela foi feita pelas mãos de Deus. Alguém observou: “A
tragédia do homem não é ter sido feito do pó, mas a tragédia do pó é que o
homem tenha sido feito dele”. A terra hoje “sofre” por causa do pecado do
homem, mas a terra em si mesma não é pecaminosa. O plano da redenção de Deus
envolve a mudança do corpo do crente da mortalidade para a imortalidade, e a
transformação deste planeta no paraíso de Deus. Na eternidade, o homem será uma
pessoa real e viverá em um lugar real. O cristão redimido terá um corpo físico
real, material, imortal e habitará neste planeta, nesta terra, que será limpa,
transformada e restaurada em sua pureza e perfeição original. O lar eterno do
homem será o Jardim do Éden restaurado, a nova terra, o paraíso de Deus.
II. O Paraíso de Deus
A palavra “paraíso” ocorre somente três vezes na Bíblia em português
(Lucas 23:43; 2 Coríntios 12:4; Apocalipse 2:7). Na Septuaginta, a tradução grega
do Velho Testamento, a palavra é utilizada muitas vezes referindo-se a um
jardim. Paraíso, na Bíblia, nunca se refere ao céu. A Bíblia nunca prometeu que
o céu será o lar eterno do homem. Na Palavra de Deus, paraíso se refere a um
jardim ou parque. Derivado de um termo persa, a palavra “paraíso” fazia referência
aos jardins dos palácios ou aos parques que pertenciam ao rei Persa. O Jardim
do Éden era um paraíso; quando o homem pecou, o paraíso se perdeu. A nova terra
será o futuro paraíso de Deus; quando os crentes habitarem na nova terra, o
paraíso estará restaurado. Em Apocalipse 2:7, nós lemos a promessa de nosso
Senhor: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer,
dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus”. A
árvore da vida estava no paraíso original, o Jardim do Éden (Gênesis 2:9;
3:22,24). No novo paraíso de Deus, a nova terra, a árvore da vida será restaurada”
(Apocalipse 22:2,14).
III. A Terra Será Habitada Para
Sempre
A Bíblia mostra a terra como o futuro lar dos redimidos e ensina
que a terra será habitada pela eternidade. Deus criou este planeta para um
propósito específico e, no final, Seu plano será realizado. Isaías escreveu:
“Porque assim diz o Senhoe que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e
a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse
habitada: Eu sou o Senhor, e não há outro” (Isaías 45:18). “Uma geração vai, e
outra geração vem; mas a terra para sempre permanece” (Eclesiastes 1:4).
“Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum” (Salmos
104:5). “A tua fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a terra,
e firme permanece” (Salmos 119:90). De acordo com esses versos, a terra será
habitada para sempre. Este planeta será purificado e transformado, mas não será
destruído.
IV. A Herança dos Santos
Na Sua Palavra, Deus prometeu aos crentes que eles herdarão a
terra. Jesus ensinou: “Bem-aventurados os mansos: porque eles herdarão a terra”
(Mateus 5:5). “A sua descendência herdará a terra” (Salmos 25:13). O maior
refrão do Salmos 37 é que o ímpio será destruído e o justo herdará a terra.
“Porque os malfeitores serão desarraigados: mas os que esperam no Senhor
herdarão a terra” (Salmos 37:9). “Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão
na abundância de paz” (Salmos 37:11). “O Senhor conhece os dias dos retos, e a
sua herança permanecerá para sempre” (Salmos 37:18). “Porque aqueles que ele
abençoa herdarão a terra, e aqueles que forem por ele amaldiçoados serão
desarraigados” (Salmos 37:22). “Os justos herdarão a terra e habitarão nela
para sempre” (Salmos 37:29). “Espera no Senhor e guarda o seu caminho, e te
exaltará para herdares a terra; tu o verás quando os ímpios forem desarraigados”
(Salmos 37:34). “Os céus são os céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos
filhos dos homens” (Salmos 115:16). “O justo nunca será abalado, mas os ímpios
não habitarão a terra” (Provérbios 10:30). “Assim como os bons são
recompensados aqui na terra, também os pecadores e os maus são castigados”
(Provérbios 11:31 NTLH). Jesus ensinou os discípulos a orarem: “Venha o teu
Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu” (Mateus 6:10). O reino
de Cristo será na terra, os santos habitarão neste reino com Cristo. “E o
reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados
ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os
domínios o servirão e lhe obedecerão” (Daniel 7:27). “E para o nosso Deus os
fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5:10).
A herança da terra é uma promessa feita aos crentes mediante o conserto
com Abraão. Deus prometeu a Abraão e à sua semente a terra de Canaã (Gênesis
13:14,15; 17:7,8) e o mundo (Romanos 4:13) por possessão eterna. Cristo é a
semente específica de Abraão (Gálatas 3:16), e através dele as promessas serão
cumpridas. Através da conversão a Cristo, os crentes também se tornam sementes
de Abraão, coerdeiros em Cristo e herdeiros das promessas. “E, se sois de
Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa” (Gálatas
3:29).
V. O Reino de Cristo Será na
Terra
Este planeta, terra, pertence a Deus. “Do Senhor é a terra e a sua
plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. Porque ele a fundou sobre os
mares e a firmou sobre os rios” (Salmos 24:1,2). Deus possui o direito de dar a
terra a quem Ele desejar. Deus deu este planeta a Seu Filho unigênito, Jesus Cristo,
como Sua herança e possessão. “Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo
monte Sião. Recitarei o decreto: O Senhor me disse: Tu és meu Filho; eu hoje te
gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e os confins da terra por
tua possessão” (Salmos 2:6-8). A terra será a herança de Cristo não somente
porque Ele é a semente e o herdeiro do onserto com Abraão, mas também porque
Ele é o Filho de Deus.
O futuro reino de Cristo será sobre a terra. Ele ocupará o trono
de Davi (Lucas 1:32,33; Isaías 9:6,7; Atos 2:30), tendo a cidade de Jerusalém
como Sua capital. (Mateus 5:35; Isaías 2:2,3; Zacarias 14:16; Apocalipse
21:2-27; 22:1-5). O futuro reino de Cristo é descrito como “debaixo de todo
céu” (Daniel 7:27) e como cobrindo toda a terra. “E foi-lhe dado o domínio, e a
honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu
domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não
será destruído” (Daniel 7:14). “E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no
céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor
e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Apocalipse 11:15).
“Dominará de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra” (Salmos
72:8; também Zacarias 9:10). Como Rei, Cristo reinará sobre a terra e executará
juízo na terra. “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um
Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça
na terra” (Jeremias 23:5). Nosso Salvador, de acordo com esses e muitos outros
textos, reinará sobre este planeta como seu Dono e Rei. Os crentes glorificados
serão coerdeiros com Ele e com Ele reinarão sobre a terra (Romanos 8:17; 2 Timóteo
2:12; Apocalipse 3:21; 5:10; 20:4,6; 22:5).
VI. A Terra Renovada
A nova terra será este mesmo planeta que será limpo e
transformado. A terra na condição presente é chamada de “primeira terra”
(Apocalipse 21:1) e “os céus e a terra que agora existem” (2 Pedro 3:7).
Através dos julgamentos divinos futuros, a terra será renovada e transformada.
A terra precisa ser purificada porque tem sido poluída e mal utilizada pela
humanidade em pecado. A ruptura espiritual do homem é a causa da ruptura física
da terra. Nós sabemos que, devido ao pecado do homem, “toda a criação geme e está
juntamente com dores de parto até agora” (Romanos 8:22). Porém, o plano de
salvação de Deus inclui a redenção da terra e finalmente este planeta será
transformado em um paraíso. “Porque a ardente expectação da criatura espera a
manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não
por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a
mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória
dos filhos de Deus” (Romanos 8:19-21).
“E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas
todas as coisas” (Apocalipse 21:5). Observe que Deus disse: “Eu faço novas
todas as coisas”. Ele não diz que fará todas
as coisas de novo, mas que fará novas
todas as coisas. A terra não estará aniquilada; ela estará renovada. Deus
não vai queimar este planeta, espalhar suas cinzas pelo sistema solar e então
colocar um novo planeta em seu lugar. Deus não fará um novo planeta; Ele renovará
este planeta. Na redenção, Deus tomará as coisas que o homem tem utilizado mal,
pervertido e distorcido, e as renovará. Deus vai tomar este planeta para
purificá-lo e transformá-lo. Em pecado, o homem muda os “ativos de Deus” em “passivo”.
Na salvação, Deus transforma “o passivo do homem” em “Seus ativos”. O pecado do
homem resulta em ruína, a graça transformadora de Deus resulta em salvação.
Pedro previu que nos últimos dias os descrentes escarneceriam dos
ensinos a respeito do retorno de Cristo e dos futuros julgamentos. “Sabendo
primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as
suas próprias concupiscências e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda?
Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o
princípio da criação” (2 Pedro 3:3-4). Pedro declarou que esses escarnecedores
ignoram voluntariamente o fato de que, no dilúvio ao tempo de Noé, Deus julgou
a humanidade e limpou a terra. Ele escreveu que a futura limpeza da terra pelo
fogo é tão certa quanto foi a limpeza pela água no dilúvio. “Eles voluntariamente
ignoram isto: que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus
e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste; pelas quais
coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio. Mas os céus e
a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro e se
guardam para o fogo, até o Dia do Juízo e da perdição dos homens ímpios” (2 Pedro
3:5-7). A Palavra de Deus menciona dois agentes purificadores que são a água e
o fogo. Deus usou a água para limpar a terra no dilúvio; no julgamento futuro Ele
purificará este planeta com o uso do fogo. O dilúvio afogou os pecadores e
destruiu suas obras, mas não destruiu o próprio planeta. No julgamento futuro,
o fogo purificador não destruirá a própria terra; ele removerá o pecado,
limpará a terra, e a fará dela um lugar adequado para a revelação da glória de
Deus através da eternidade.
J. A. Seiss (citado por Thiessen, Op., cit., pág. 516) escreveu:
Naquelas passagens falando que a terra e os céus
passarão (veja Mateus 5:18,24,34,35; Marcos 13:30,31; Lucas 16:17,21,33; 2 Pedro
3:10; Apocalipse 21:1), a palavra original nunca é a que significa final da
existência, mas “parerchomai” que é um verbo de significado amplo e geral,
assim como “ir” ou “vir” até uma pessoa, lugar, ou ponto; passar, como um homem
passa pelo banho, ou um navio passa pelo mar, passar de um lugar ou condição
para outra, chegar em, ir através de, ir para dentro de, avançar como se fosse falar
ou servir. Quanto ao tempo, significa ir ao passado, como eventos ou estado de
coisas até o presente, cedendo lugar para outros eventos e outro estado de
coisas. Fica evidente que isto implica em grandes mudanças quando aplicado à
terra e céus; mas que signifique aniquilação, ou que as coisas passem a não
mais existir, não há nem mesmo um claro exemplo na Escritura ou no grego
clássico para provar. A ideia principal é a transição, não a extinção (Seiss, Lectures on the Apocalypse. Philadelphia:
Philadelphia School of the Bible, 1865, Vol. III, pág. 371).
John R. Rice
escreveu:
Chegará um tempo, dizem as Escrituras, quando
“os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a
terra e as obras que nela há se queimarão” (2 Pedro 3:10). Mas o mesmo capítulo
explica que será um juízo como foi no dilúvio... O mundo “pereceu” no dilúvio.
A terra será “queimada” no dia do juízo porvir. Somos informados de que o
presente céu ou firmamento passará, e tudo o que o fogo puder queimar nesta
terra será queimado. Mas, assim como a terra reapareceu das águas do dilúvio
para ser restaurada, repovoada e replantada, assim também, de uma forma mais
grandiosa, este planeta, purificado das pestes, doenças e marcas do pecado pelo
fogo literal da ira de Deus, será novamente plantado como o Jardim do Éden.
Este planeta nunca será removido por
completo, nunca deixará de existir. Salmos 104:5 diz: “Lançou os fundamentos da
terra para que não vacile em tempo algum”. O fogo do juízo purificará esta
terra, mas não findará sua existência. Ela continuará sendo o lar do povo de
Deus pela eternidade. Canaã será outra vez a possessão de Abraão e sua semente,
num tempo em que a possuirão para sempre! (John R. Rice, The Coming Kingdom of Christ. Wheaton: Sword of the Lord
Publishers, 1945, pág. 29, 30).
VII. A Glória de Deus na Nova
Terra
A nova terra será o palco para a eterna revelação da glória de
Deus. Este planeta, cenário do paraíso perdido, está destinado a ser o cenário do
paraíso restaurado. A terra se tornará celestial; ela será impregnada pela e
por meio da glória. Os incrédulos reclamam que as profecias bíblicas mostram um
céu terreno; entretanto, de acordo
com o plano de Deus, Ele fará uma terra
celestial. Essas pessoas afirmam que tais profecias materializam coisas gloriosas, porém, a Palavra de Deus ensina que
Ele fará gloriosas coisas materiais.
Como pecadores, salvos pelo sangue do Cordeiro, serão testemunhas
da maravilhosa graça de Deus (Efésios 2:7) pelas eras da eternidade, assim este
planeta, purificado e transformado no paraíso de Deus, será o “teatro do
universo”, o palco ou cenário para revelação de Sua eterna glória. Clarence H.
Benson, em seu livro A Terra, o Teatro do
Universo, mostra que, durante a era perfeita da eternidade, este planeta
será o lugar mais importante do universo. Esta terra é o lugar para o qual o
Filho de Deus retornará para reinar como Rei dos reis. Este planeta, neste
sistema solar e nesta galáxia no espaço, é o lugar para o qual a santa cidade, a
Nova Jerusalém, virá “de Deus descendo do céu” para ser a capital da nova terra
e do universo (Apocalipse 21:2). “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis
aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão
o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus. E Deus limpará de
seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem
dor, porque já as primeiras coisas são passadas.... E nela não vi templo,
porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. E a cidade
não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de
Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada.... E mostrou-me o rio puro
da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do
Cordeiro. No meio da sua praça e de uma e da outra banda do rio, estava a
árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as
folhas da árvore são para a saúde das nações. E ali nunca mais haverá maldição
contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o
servirão” (Apocalipse 21:3,4,22,23; 22:1-3).
Deus prometeu: “Porém, tão certamente como eu vivo e como a glória
do Senhor encherá toda a terra” (Números 14:21). Habacuque, o profeta, previu:
“Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas
cobrem o mar” (Habacuque 2:14). Depois de descrever a glória do futuro reino de
Cristo, Davi, o salmista, exclamou: “Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de
Israel, que só Ele faz maravilhas. E bendito seja para sempre o seu nome
glorioso; e encha-se toda a terra da sua glória! Amém e amém!” (Salmos
72:18,19).
VIII. Três Jardins
Três jardins, inter-relacionados na Palavra de Deus, são o Jardim
do Éden, o Jardim do Getsêmani e o futuro paraíso de Deus. O primeiro jardim
resultou em pecado; o segundo está relacionado ao sacrifício; o terceiro jardim
é o objetivo da salvação. No primeiro jardim o homem tomou a decisão errada; no
segundo, Jesus tomou a decisão certa; para viver no terceiro jardim, o homem
deve tomar a decisão apropriada hoje.
1. O Jardim do Éden. O primeiro lar do homem foi um jardim – o Jardim do Éden. A raça
humana é a criação de Deus. O homem não começou a vida como um selvagem numa
selva, tateando na escuridão em busca da civilização e adorando as forças da
natureza. A humanidade foi criada inteligente, civilizada e monoteísta. Através
do pecado, a raça humana degenerou-se do Jardim para a selva, da civilização
para a selvageria e da adoração do único Deus para a adoração de muitos deuses.
O Jardim do Éden era o paraíso de Deus. O homem tinha um meio ambiente ideal.
Toda necessidade tinha provisão; todo desejo era suprido. O homem, a princípio,
semelhante a Deus, centrado em Deus e direcionado por Deus. Ele reconhecia a autoridade
de Deus; ele obedecia a vontade de Deus. Num relacionamento divino-humano vertical
constante, o homem experimentou a comunhão com seu Criador. Ele andou com Deus.
O paraíso de Deus era também um jardim de prova. O primeiro pecado humano aconteceu
quando Adão e Eva revoltaram-se contra Deus. Eles desobedeceram Sua ordem
específica para não comer de uma certa árvore localizada no Jardim do Éden.
Quando Adão pecou, o relacionamento divino-humano original foi quebrado. Adão cortou
as relações com seu Criador. O homem caído caminhava só.
2. O Jardim do Getsêmani. O pecado do homem no Jardim do Éden criou a necessidade de um segundo
jardim, o Jardim do Getsêmani. O pecado do homem gerou a necessidade do
sacrifício de Cristo. No primeiro jardim, o homem tomou a decisão errada. No
segundo, Jesus tomou a decisão certa. No primeiro jardim o homem disse “Sim”
para o pecado; no segundo, nosso Senhor disse “Sim” para Deus. Na tentação do
deserto, Jesus disse “Não” para o pecado, para o eu e para Satanás; no jardim,
Jesus disse “Sim” para Deus. Jesus mostrou-se digno de ser nosso sacrifício sem
pecado pela Sua renúncia ao pecado no deserto e pela Sua rendição à vontade de
Deus no jardim. Jesus não foi forçado a ser o Sacrifício pelo homem (João 10:18).
Jesus escolheu o Calvário. Conhecendo o preço da cruz, Ele voluntariamente escolheu
pagá-lo por nós. Jesus sempre se submeteu à vontade de Deus. No Jardim do
Getsêmani, Jesus disse: “Não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42).
3. A Nova Terra. O terceiro jardim mencionado na Bíblia é a nova terra, este
planeta transformado, o futuro paraíso de Deus. Paraíso significa jardim. A
terra será purificada e transformada num lindo Jardim de Deus, que será o lar eterno
dos redimidos.
4. Três Jardins Relacionados. O primeiro jardim resultou em pecado; o segundo está relacionado
ao sacrifício; e o terceiro resultará em salvação. No primeiro jardim, o homem
pecou ao comer do fruto da árvore errada (Gênesis 3:6). Como resultado da
decisão de nosso Senhor no segundo jardim, Ele morreu sobre uma “árvore”, a
cruz (Atos 5:29,30). No futuro jardim de Deus, a árvore da vida será restaurada
(Apocalipse 2:7; 22:2). Por causa do pecado de Adão no primeiro jardim,
espinhos e cardos cobriram a terra (Gênesis 3:18). Quando Jesus morreu na cruz,
uma coroa de espinhos foi colocada em Sua cabeça (Mateus 27:29). No novo jardim
não haverá mais espinhos (Isaías 55:13). Por causa do pecado de Adão, sua vida
se encheu de dores (Gênesis 3:16,17). Quando Jesus morreu na cruz, Ele tomou
nossas dores e levou nossas enfermidades (Isaías 53:4). Na nova terra não
haverá mais “morte, nem pranto, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas”
(Apocalipse 21:4). No primeiro jardim, o Jardim do Éden, Adão tomou a decisão
errada. No Jardim do Getsêmani, Jesus tomou a decisão certa. Para estar no
terceiro jardim, a nova terra, os pecadores devem tomar a decisão certa hoje.
Eles devem aceitar a dádiva da salvação de Deus a qual Ele planejou em Sua
sabedoria, proporcionou por Seu amor e realizou através de Seu poder. Eles
devem se relacionar de forma adequada com Seu Filho, Jesus Cristo, que é o
Sacrifício, Senhor e futuro Rei.
Quando alguém considerar a gloriosa salvação que Deus prometeu
através de Sua Palavra e propiciou através de Seu Filho, exclamará junto com o
apóstolo Paulo: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da
ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os
seus caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu
conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?Porque
dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele
eternamente. Amém!” (Romanos 11:33-36).
FIM
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