terça-feira, 6 de março de 2018

Capítulo LXXX - A Nova Terra


Capítulo LXXX

A Nova Terra


A nova terra será o lar eterno do redimido. O plano de salvação de Deus inclui a transformação da terra assim como a redenção do homem. Cristo e seus santos glorificados habitarão sobre este planeta que será limpo, purificado e transformado no paraíso de Deus.

A Bíblia contém muitas profecias a respeito da nova terra e o plano de Deus para este planeta. “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Apocalipse 21:1,2). “Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, gozo” (Isaías 65:17,18). “Porque, como os céus novos e a terra nova que hei de fazer estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que, desde uma Festa da Lua Nova até à outra e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor” (Isaías 66:22,23). “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2 Pedro 3:13).


I. O Futuro Lar do Homem

1. Falsas Teorias Sobre o Futuro do Homem. A especulação humana tem produzido muitas teorias falsas a respeito da vida futura e do lar eterno do homem. Algumas pessoas ensinam que o homem, depois da morte, é reencarnado num animal ou em outra pessoa. Outros afirmam que o homem retorna à terra como um fantasma para assombrar os vivos ou para conversar com os amigos. Outros sustentam que o homem evapora para o nada, ou que se torna parte da “Alma do Mundo”. Outros ainda dizem que o homem, quando morre, vai para um “território da caçada feliz” ou que alguma porção imaterial do homem vai para o céu ou para um lugar de tortura.

As teorias falsas que prevalecem na teologia da Cristandade são a imortalidade da alma e o homem, na morte, indo para o céu ou para um inferno ardente. Essas teorias falsas resultam da filosofia do dualismo, defendida por Platão, um grego pagão, afirmando que a matéria é má. De acordo com esse ponto de vista, a matéria é pecaminosa em si mesma e contrária a Deus e todas as coisas espirituais. Portanto, o homem peca porque ele tem um corpo e vive num planeta material. Quem acredita nessa falsa teoria ensina que o homem tem uma consciência de natureza imaterial que pode viver separada do corpo, e que esta natureza imaterial é imortal. Esta “alma” peca, afirmam eles, devido ao seu contato com o corpo e a terra. Eles dizem que a purificação e a verdadeira felicidade somente serão atingidas quando a “alma” do homem é libertada do corpo e quando o homem residir fora da terra. Essa filosofia dualista grega entrou para a teologia do Catolicismo Romano por meio de homens como Tertuliano e Agostinho, sendo absorvida por muitas igrejas e teólogos Protestantes.

2. O Que a Bíblia Ensina. Contrário ao dualismo grego e à falsa teologia da Cristandade, a Bíblia ensina que a terra e o corpo do homem não são pecaminosos em si mesmos. Deus criou a terra e o homem, e no fim de Sua obra alegrou-Se. “E Deus viu tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31). O homem peca, não porque tenha um corpo físico mortal, mas porque ele é dominado pela mente carnal. O corpo do homem em si mesmo não é pecaminoso e nem justo; ele é neutro. A terra não é má; ela foi feita pelas mãos de Deus. Alguém observou: “A tragédia do homem não é ter sido feito do pó, mas a tragédia do pó é que o homem tenha sido feito dele”. A terra hoje “sofre” por causa do pecado do homem, mas a terra em si mesma não é pecaminosa. O plano da redenção de Deus envolve a mudança do corpo do crente da mortalidade para a imortalidade, e a transformação deste planeta no paraíso de Deus. Na eternidade, o homem será uma pessoa real e viverá em um lugar real. O cristão redimido terá um corpo físico real, material, imortal e habitará neste planeta, nesta terra, que será limpa, transformada e restaurada em sua pureza e perfeição original. O lar eterno do homem será o Jardim do Éden restaurado, a nova terra, o paraíso de Deus.


II. O Paraíso de Deus

A palavra “paraíso” ocorre somente três vezes na Bíblia em português (Lucas 23:43; 2 Coríntios 12:4; Apocalipse 2:7). Na Septuaginta, a tradução grega do Velho Testamento, a palavra é utilizada muitas vezes referindo-se a um jardim. Paraíso, na Bíblia, nunca se refere ao céu. A Bíblia nunca prometeu que o céu será o lar eterno do homem. Na Palavra de Deus, paraíso se refere a um jardim ou parque. Derivado de um termo persa, a palavra “paraíso” fazia referência aos jardins dos palácios ou aos parques que pertenciam ao rei Persa. O Jardim do Éden era um paraíso; quando o homem pecou, o paraíso se perdeu. A nova terra será o futuro paraíso de Deus; quando os crentes habitarem na nova terra, o paraíso estará restaurado. Em Apocalipse 2:7, nós lemos a promessa de nosso Senhor: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus”. A árvore da vida estava no paraíso original, o Jardim do Éden (Gênesis 2:9; 3:22,24). No novo paraíso de Deus, a nova terra, a árvore da vida será restaurada” (Apocalipse 22:2,14).


III. A Terra Será Habitada Para Sempre

A Bíblia mostra a terra como o futuro lar dos redimidos e ensina que a terra será habitada pela eternidade. Deus criou este planeta para um propósito específico e, no final, Seu plano será realizado. Isaías escreveu: “Porque assim diz o Senhoe que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor, e não há outro” (Isaías 45:18). “Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece” (Eclesiastes 1:4). “Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum” (Salmos 104:5). “A tua fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a terra, e firme permanece” (Salmos 119:90). De acordo com esses versos, a terra será habitada para sempre. Este planeta será purificado e transformado, mas não será destruído.


IV. A Herança dos Santos

Na Sua Palavra, Deus prometeu aos crentes que eles herdarão a terra. Jesus ensinou: “Bem-aventurados os mansos: porque eles herdarão a terra” (Mateus 5:5). “A sua descendência herdará a terra” (Salmos 25:13). O maior refrão do Salmos 37 é que o ímpio será destruído e o justo herdará a terra. “Porque os malfeitores serão desarraigados: mas os que esperam no Senhor herdarão a terra” (Salmos 37:9). “Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz” (Salmos 37:11). “O Senhor conhece os dias dos retos, e a sua herança permanecerá para sempre” (Salmos 37:18). “Porque aqueles que ele abençoa herdarão a terra, e aqueles que forem por ele amaldiçoados serão desarraigados” (Salmos 37:22). “Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre” (Salmos 37:29). “Espera no Senhor e guarda o seu caminho, e te exaltará para herdares a terra; tu o verás quando os ímpios forem desarraigados” (Salmos 37:34). “Os céus são os céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens” (Salmos 115:16). “O justo nunca será abalado, mas os ímpios não habitarão a terra” (Provérbios 10:30). “Assim como os bons são recompensados aqui na terra, também os pecadores e os maus são castigados” (Provérbios 11:31 NTLH). Jesus ensinou os discípulos a orarem: “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu” (Mateus 6:10). O reino de Cristo será na terra, os santos habitarão neste reino com Cristo. “E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Daniel 7:27). “E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5:10).

A herança da terra é uma promessa feita aos crentes mediante o conserto com Abraão. Deus prometeu a Abraão e à sua semente a terra de Canaã (Gênesis 13:14,15; 17:7,8) e o mundo (Romanos 4:13) por possessão eterna. Cristo é a semente específica de Abraão (Gálatas 3:16), e através dele as promessas serão cumpridas. Através da conversão a Cristo, os crentes também se tornam sementes de Abraão, coerdeiros em Cristo e herdeiros das promessas. “E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa” (Gálatas 3:29).


V. O Reino de Cristo Será na Terra

Este planeta, terra, pertence a Deus. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios” (Salmos 24:1,2). Deus possui o direito de dar a terra a quem Ele desejar. Deus deu este planeta a Seu Filho unigênito, Jesus Cristo, como Sua herança e possessão. “Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Recitarei o decreto: O Senhor me disse: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e os confins da terra por tua possessão” (Salmos 2:6-8). A terra será a herança de Cristo não somente porque Ele é a semente e o herdeiro do onserto com Abraão, mas também porque Ele é o Filho de Deus.

O futuro reino de Cristo será sobre a terra. Ele ocupará o trono de Davi (Lucas 1:32,33; Isaías 9:6,7; Atos 2:30), tendo a cidade de Jerusalém como Sua capital. (Mateus 5:35; Isaías 2:2,3; Zacarias 14:16; Apocalipse 21:2-27; 22:1-5). O futuro reino de Cristo é descrito como “debaixo de todo céu” (Daniel 7:27) e como cobrindo toda a terra. “E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído” (Daniel 7:14). “E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Apocalipse 11:15). “Dominará de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra” (Salmos 72:8; também Zacarias 9:10). Como Rei, Cristo reinará sobre a terra e executará juízo na terra. “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jeremias 23:5). Nosso Salvador, de acordo com esses e muitos outros textos, reinará sobre este planeta como seu Dono e Rei. Os crentes glorificados serão coerdeiros com Ele e com Ele reinarão sobre a terra (Romanos 8:17; 2 Timóteo 2:12; Apocalipse 3:21; 5:10; 20:4,6; 22:5).


VI. A Terra Renovada

A nova terra será este mesmo planeta que será limpo e transformado. A terra na condição presente é chamada de “primeira terra” (Apocalipse 21:1) e “os céus e a terra que agora existem” (2 Pedro 3:7). Através dos julgamentos divinos futuros, a terra será renovada e transformada. A terra precisa ser purificada porque tem sido poluída e mal utilizada pela humanidade em pecado. A ruptura espiritual do homem é a causa da ruptura física da terra. Nós sabemos que, devido ao pecado do homem, “toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Romanos 8:22). Porém, o plano de salvação de Deus inclui a redenção da terra e finalmente este planeta será transformado em um paraíso. “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Romanos 8:19-21).

“E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5). Observe que Deus disse: “Eu faço novas todas as coisas”. Ele não diz que fará todas as coisas de novo, mas que fará novas todas as coisas. A terra não estará aniquilada; ela estará renovada. Deus não vai queimar este planeta, espalhar suas cinzas pelo sistema solar e então colocar um novo planeta em seu lugar. Deus não fará um novo planeta; Ele renovará este planeta. Na redenção, Deus tomará as coisas que o homem tem utilizado mal, pervertido e distorcido, e as renovará. Deus vai tomar este planeta para purificá-lo e transformá-lo. Em pecado, o homem muda os “ativos de Deus” em “passivo”. Na salvação, Deus transforma “o passivo do homem” em “Seus ativos”. O pecado do homem resulta em ruína, a graça transformadora de Deus resulta em salvação.

Pedro previu que nos últimos dias os descrentes escarneceriam dos ensinos a respeito do retorno de Cristo e dos futuros julgamentos. “Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2 Pedro 3:3-4). Pedro declarou que esses escarnecedores ignoram voluntariamente o fato de que, no dilúvio ao tempo de Noé, Deus julgou a humanidade e limpou a terra. Ele escreveu que a futura limpeza da terra pelo fogo é tão certa quanto foi a limpeza pela água no dilúvio. “Eles voluntariamente ignoram isto: que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste; pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio. Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro e se guardam para o fogo, até o Dia do Juízo e da perdição dos homens ímpios” (2 Pedro 3:5-7). A Palavra de Deus menciona dois agentes purificadores que são a água e o fogo. Deus usou a água para limpar a terra no dilúvio; no julgamento futuro Ele purificará este planeta com o uso do fogo. O dilúvio afogou os pecadores e destruiu suas obras, mas não destruiu o próprio planeta. No julgamento futuro, o fogo purificador não destruirá a própria terra; ele removerá o pecado, limpará a terra, e a fará dela um lugar adequado para a revelação da glória de Deus através da eternidade.

J. A. Seiss (citado por Thiessen, Op., cit., pág. 516) escreveu:

Naquelas passagens falando que a terra e os céus passarão (veja Mateus 5:18,24,34,35; Marcos 13:30,31; Lucas 16:17,21,33; 2 Pedro 3:10; Apocalipse 21:1), a palavra original nunca é a que significa final da existência, mas “parerchomai” que é um verbo de significado amplo e geral, assim como “ir” ou “vir” até uma pessoa, lugar, ou ponto; passar, como um homem passa pelo banho, ou um navio passa pelo mar, passar de um lugar ou condição para outra, chegar em, ir através de, ir para dentro de, avançar como se fosse falar ou servir. Quanto ao tempo, significa ir ao passado, como eventos ou estado de coisas até o presente, cedendo lugar para outros eventos e outro estado de coisas. Fica evidente que isto implica em grandes mudanças quando aplicado à terra e céus; mas que signifique aniquilação, ou que as coisas passem a não mais existir, não há nem mesmo um claro exemplo na Escritura ou no grego clássico para provar. A ideia principal é a transição, não a extinção (Seiss, Lectures on the Apocalypse. Philadelphia: Philadelphia School of the Bible, 1865, Vol. III, pág. 371).

John R. Rice escreveu:

Chegará um tempo, dizem as Escrituras, quando “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão” (2 Pedro 3:10). Mas o mesmo capítulo explica que será um juízo como foi no dilúvio... O mundo “pereceu” no dilúvio. A terra será “queimada” no dia do juízo porvir. Somos informados de que o presente céu ou firmamento passará, e tudo o que o fogo puder queimar nesta terra será queimado. Mas, assim como a terra reapareceu das águas do dilúvio para ser restaurada, repovoada e replantada, assim também, de uma forma mais grandiosa, este planeta, purificado das pestes, doenças e marcas do pecado pelo fogo literal da ira de Deus, será novamente plantado como o Jardim do Éden.

Este planeta nunca será removido por completo, nunca deixará de existir. Salmos 104:5 diz: “Lançou os fundamentos da terra para que não vacile em tempo algum”. O fogo do juízo purificará esta terra, mas não findará sua existência. Ela continuará sendo o lar do povo de Deus pela eternidade. Canaã será outra vez a possessão de Abraão e sua semente, num tempo em que a possuirão para sempre! (John R. Rice, The Coming Kingdom of Christ. Wheaton: Sword of the Lord Publishers, 1945, pág. 29, 30).


VII. A Glória de Deus na Nova Terra

A nova terra será o palco para a eterna revelação da glória de Deus. Este planeta, cenário do paraíso perdido, está destinado a ser o cenário do paraíso restaurado. A terra se tornará celestial; ela será impregnada pela e por meio da glória. Os incrédulos reclamam que as profecias bíblicas mostram um céu terreno; entretanto, de acordo com o plano de Deus, Ele fará uma terra celestial. Essas pessoas afirmam que tais profecias materializam coisas gloriosas, porém, a Palavra de Deus ensina que Ele fará gloriosas coisas materiais.

Como pecadores, salvos pelo sangue do Cordeiro, serão testemunhas da maravilhosa graça de Deus (Efésios 2:7) pelas eras da eternidade, assim este planeta, purificado e transformado no paraíso de Deus, será o “teatro do universo”, o palco ou cenário para revelação de Sua eterna glória. Clarence H. Benson, em seu livro A Terra, o Teatro do Universo, mostra que, durante a era perfeita da eternidade, este planeta será o lugar mais importante do universo. Esta terra é o lugar para o qual o Filho de Deus retornará para reinar como Rei dos reis. Este planeta, neste sistema solar e nesta galáxia no espaço, é o lugar para o qual a santa cidade, a Nova Jerusalém, virá “de Deus descendo do céu” para ser a capital da nova terra e do universo (Apocalipse 21:2). “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.... E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada.... E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações. E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão” (Apocalipse 21:3,4,22,23; 22:1-3).

Deus prometeu: “Porém, tão certamente como eu vivo e como a glória do Senhor encherá toda a terra” (Números 14:21). Habacuque, o profeta, previu: “Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Habacuque 2:14). Depois de descrever a glória do futuro reino de Cristo, Davi, o salmista, exclamou: “Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, que só Ele faz maravilhas. E bendito seja para sempre o seu nome glorioso; e encha-se toda a terra da sua glória! Amém e amém!” (Salmos 72:18,19).


VIII. Três Jardins

Três jardins, inter-relacionados na Palavra de Deus, são o Jardim do Éden, o Jardim do Getsêmani e o futuro paraíso de Deus. O primeiro jardim resultou em pecado; o segundo está relacionado ao sacrifício; o terceiro jardim é o objetivo da salvação. No primeiro jardim o homem tomou a decisão errada; no segundo, Jesus tomou a decisão certa; para viver no terceiro jardim, o homem deve tomar a decisão apropriada hoje.

1. O Jardim do Éden. O primeiro lar do homem foi um jardim – o Jardim do Éden. A raça humana é a criação de Deus. O homem não começou a vida como um selvagem numa selva, tateando na escuridão em busca da civilização e adorando as forças da natureza. A humanidade foi criada inteligente, civilizada e monoteísta. Através do pecado, a raça humana degenerou-se do Jardim para a selva, da civilização para a selvageria e da adoração do único Deus para a adoração de muitos deuses. O Jardim do Éden era o paraíso de Deus. O homem tinha um meio ambiente ideal. Toda necessidade tinha provisão; todo desejo era suprido. O homem, a princípio, semelhante a Deus, centrado em Deus e direcionado por Deus. Ele reconhecia a autoridade de Deus; ele obedecia a vontade de Deus. Num relacionamento divino-humano vertical constante, o homem experimentou a comunhão com seu Criador. Ele andou com Deus. O paraíso de Deus era também um jardim de prova. O primeiro pecado humano aconteceu quando Adão e Eva revoltaram-se contra Deus. Eles desobedeceram Sua ordem específica para não comer de uma certa árvore localizada no Jardim do Éden. Quando Adão pecou, o relacionamento divino-humano original foi quebrado. Adão cortou as relações com seu Criador. O homem caído caminhava só.

2. O Jardim do Getsêmani. O pecado do homem no Jardim do Éden criou a necessidade de um segundo jardim, o Jardim do Getsêmani. O pecado do homem gerou a necessidade do sacrifício de Cristo. No primeiro jardim, o homem tomou a decisão errada. No segundo, Jesus tomou a decisão certa. No primeiro jardim o homem disse “Sim” para o pecado; no segundo, nosso Senhor disse “Sim” para Deus. Na tentação do deserto, Jesus disse “Não” para o pecado, para o eu e para Satanás; no jardim, Jesus disse “Sim” para Deus. Jesus mostrou-se digno de ser nosso sacrifício sem pecado pela Sua renúncia ao pecado no deserto e pela Sua rendição à vontade de Deus no jardim. Jesus não foi forçado a ser o Sacrifício pelo homem (João 10:18). Jesus escolheu o Calvário. Conhecendo o preço da cruz, Ele voluntariamente escolheu pagá-lo por nós. Jesus sempre se submeteu à vontade de Deus. No Jardim do Getsêmani, Jesus disse: “Não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42).

3. A Nova Terra. O terceiro jardim mencionado na Bíblia é a nova terra, este planeta transformado, o futuro paraíso de Deus. Paraíso significa jardim. A terra será purificada e transformada num lindo Jardim de Deus, que será o lar eterno dos redimidos.

4. Três Jardins Relacionados. O primeiro jardim resultou em pecado; o segundo está relacionado ao sacrifício; e o terceiro resultará em salvação. No primeiro jardim, o homem pecou ao comer do fruto da árvore errada (Gênesis 3:6). Como resultado da decisão de nosso Senhor no segundo jardim, Ele morreu sobre uma “árvore”, a cruz (Atos 5:29,30). No futuro jardim de Deus, a árvore da vida será restaurada (Apocalipse 2:7; 22:2). Por causa do pecado de Adão no primeiro jardim, espinhos e cardos cobriram a terra (Gênesis 3:18). Quando Jesus morreu na cruz, uma coroa de espinhos foi colocada em Sua cabeça (Mateus 27:29). No novo jardim não haverá mais espinhos (Isaías 55:13). Por causa do pecado de Adão, sua vida se encheu de dores (Gênesis 3:16,17). Quando Jesus morreu na cruz, Ele tomou nossas dores e levou nossas enfermidades (Isaías 53:4). Na nova terra não haverá mais “morte, nem pranto, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4). No primeiro jardim, o Jardim do Éden, Adão tomou a decisão errada. No Jardim do Getsêmani, Jesus tomou a decisão certa. Para estar no terceiro jardim, a nova terra, os pecadores devem tomar a decisão certa hoje. Eles devem aceitar a dádiva da salvação de Deus a qual Ele planejou em Sua sabedoria, proporcionou por Seu amor e realizou através de Seu poder. Eles devem se relacionar de forma adequada com Seu Filho, Jesus Cristo, que é o Sacrifício, Senhor e futuro Rei.

Quando alguém considerar a gloriosa salvação que Deus prometeu através de Sua Palavra e propiciou através de Seu Filho, exclamará junto com o apóstolo Paulo: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Romanos 11:33-36).



FIM