quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Capítulo LXXV - O Tempo da Vinda de Cristo

Capítulo LXXV

O Tempo da Vinda de Cristo


Nenhum homem sabe a data do retorno de Cristo. A Bíblia lista sinais que indicarão a proximidade de Sua vinda, porém, isso não revela a data. Estabelecer datas para o retorno de Cristo é inútil e enganoso. A prática de estabelecer datas gera descrédito sobre a verdade da vinda de Cristo. Nosso Senhor disse: “Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai” (Mateus 24:36). “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (Atos 1:7). Jesus pode vir a qualquer momento; os crentes devem estar sempre prontos para Seu retorno.

Neste capítulo, nós consideramos a relação da vinda de Cristo com o milênio e a Grande Tribulação. Jesus virá antes ou após o milênio? A ressurreição e rapto dos cristãos ocorre antes, durante ou depois da tribulação?


I. Em Relação ao Milênio

As profecias sobre o futuro estão centradas em torno de um importante período de tempo: o milênio. A palavra millennium é derivada das palavras do Latim mille, um mil, e annus, ano. A palavra equivalente em Grego é chiliad. O milênio é um período de mil anos, que é mencionado seis vezes em Apocalipse 20:2-7. Milenianismo (ou Chilialismo) refere-se à verdade bíblica de que Jesus retornará e estabelecerá um reino por mil anos sobre a terra. Outras profecias bíblicas descrevem a natureza e as condições do futuro reino de Cristo, enquanto que Apocalipse 20:2-7 expõe a duração deste aspecto da futura obra de Cristo. O milênio será precedido pela Grande Tribulação; e será seguido pelo “pouco de tempo” (Apocalipse 20:3), pela ressurreição final, o julgamento dos pecadores e a segunda morte.

Existem três principais pontos de vista sobre a relação da vinda de Cristo com o milênio: Pré-milenismo; Pós-milenismo e Amilenismo. Pré-milenismo é a crença de que Cristo virá antes do milênio e estabelecerá seu reino na terra. Pós-milenismo é a crença de que Cristo virá depois do milênio. Amilenismo é a crença de que não haverá um milênio literal, mas que a expressão “mil anos” é figurativa e refere-se ao período completo desde a ressurreição de Cristo até a Sua segunda vinda. O Pré-milenismo é o ensino bíblico; Pós-milenismo e Amilenismo são teorias falsas.

1. O Retorno Pré-milenial de Cristo. A Bíblia ensina que a vinda de Cristo precederá o milênio, que Ele virá pessoalmente antes do milênio e estabelecerá Seu reino sobre a terra. Como Rei dos reis, Ele se assentará sobre Seu trono de glória e governará a terra tendo a cidade de Jerusalém como Sua capital. O Pré-milenismo aceita a interpretação literal das Escrituras. Sendo assim, defende que as profecias bíblicas a respeito da restauração e futura glória de Israel serão literalmente cumpridas. Ela reconhece a diferença entre Israel e a Igreja, e o fato de que as profecias e promessas a Israel não se referem à Igreja atualmente.

A Bíblia ensina que a ressurreição dos cristãos ocorrerá antes do milênio. Durante o milênio, os santos ressuscitados reinarão com Cristo sobre a terra. “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20:6). “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5:9,10). O primeiro texto, Apocalipse 20:6, retrata a duração; o segundo, Apocalipse 5:9,10, explica o lugar dos crentes no futuro reino de Cristo. O primeiro texto nos diz quanto tempo; o segundo nos diz onde. Os cristãos reinarão com Cristo por mil anos sobre a terra. Visto que a ressurreição dos cristãos ocorrerá quando Jesus vier, a vinda de nosso Senhor deve preceder o milênio.

O reino de Cristo não será estabelecido até que Ele retorne. Jesus ensinou a parábola dos dez servos para os discípulos porque “o povo pensava que o Reino de Deus ia se manifestar de imediato” (Lucas 19:11 NVI). Jesus retratou a si mesmo como um homem nobre que parte para “uma terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois” (Lucas 19:12). Jesus ascendeu ao céu para receber Seu reino de Seu Pai (Lucas 1:32,33; Daniel 7:13,14). O Reino de Cristo será inaugurado quando Ele retornar (Lucas 19:15). Hoje Cristo não está assentado sobre Seu próprio trono. Ele está assentado com Deus no trono de Deus. “Assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono” (Apocalipse 3:21). Jesus se assentará no Seu próprio trono de glória quando Ele retornar. “Quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória” (Mateus 25:31). O reino de Cristo está relacionado com a Sua vinda (2 Timóteo 4:1).

A vinda de Cristo resultará na destruição das nações, o que precederá o estabelecimento de Seu reino (Daniel 2:34,35,44,45; Apocalipse 19:11-21; Salmos 2:8,9). Esmiuçar as nações não se refere à conversão gradual da humanidade através do evangelho nos dias de hoje, mas sim ao futuro julgamento de Cristo quando Ele vier. Os governantes terrenos serão compelidos a entregar sua autoridade a Cristo. Seu Reino substituirá a todos os reinados terrenos.

O Reino de Cristo na terra e o milênio estão ainda no futuro. As bênçãos associadas ao Reino não são uma realidade hoje. Durante o futuro Reino de Cristo, as nações viverão em paz (Isaías 2:4; Miquéias 4:3); os homens andarão em retidão; os animais serão inofensivos (Isaías 11:6-9; 65:25); não haverá mais doença (Isaías 33:24; 35:5,6); e a fertilidade da terra será restaurada (Isaías 35:1,2,6,7; 41:18,19; 55:12,13; Amós 9:13,14). Essas bênçãos não são hoje realidade porque o reino de Cristo não foi estabelecido.

Contrariando o ensino do Pós-Milenismo, o retorno de Cristo não será precedido pela conversão do mundo e o estabelecimento de um milênio de paz e prosperidade pela Igreja. Ao contrário, a vinda de Cristo será precedida por uma grande queda, uma apostasia (Lucas 18:8; 2 Tessalonicenses 2:3-12; 1 Timóteo 4:1; 2 Timóteo 3:1.) Os dias anteriores ao retorno de Cristo são comparados aos dias de Noé e Ló, os quais foram dias de total materialismo e impiedade (Lucas 17:26-37).

Desde os dias dos apóstolos, surgiu uma vasta literatura em defesa da verdade bíblica do Pré-milenismo. Uma bibliografia de recentes escritores Pré-milenistas poderia incluir: W. E. Blackstone, Jesus is Coming; Lewis Sperry Chafer, Systematic Theology (Dallas, 1948); John N. Darby, Synopsis of the Books of the Bible; Charles Feinberg, Premillennialism or Amillennialism (Grand Rapids: Zondervan, 1936); H. A. Ironside, The Lamp of Prophecy (Grand Rapids: Zondervan, 1940); George E. Ladd, Crucial Questions About the Kingdom of God (1952), The Blessed Hope (1956); George N. H. Peters, The Theocratic Kingdom of Our Lord Jesus, the Christ (New York: Funk and Wagnall, 1884); Alexander Reese, The Approaching Advent of Christ (London: Marshall, Morgan and Scott, 1917); Joseph A. Seiss, Millennialism and the Second Advent; Jesse F. Silver, The Lord’s Return (1914); Erich Sauer, The Triumph of the Crucified (Grand Rapids: Eerdmans, 1952), From Eternity to Eternity (Grand Rapids: Eerdmans, 1954); Henry C. Thiessen, Lectures in Systematic Theology (Grand Rapids: Eerdmans, 1952); John F. Walvoord, The Rapture Question (Findlay, Ohio: Dunham Publishing Co., 1957); Nathaniel West, The Thousand Years in Both Testaments (1880); Norman B. Harrison, His Sure Return (Minneapolis: The Harrison Service, 1952); R. Ludwigson, Bible Prophecy Notes (Grand Rapids: Zondervan, 1956); John R. Rice, The Coming Kingdom of Christ (Wheaton, Illinois: Sword of the Lord Publishers, 1945); e muitos outros.

2. A Teoria Pós-milenista. O Pós-milenismo é a crença de que o retorno de Cristo à terra ocorrerá depois do milênio. De acordo com essa visão, a Igreja é o reino de Cristo. Os pós-milenistas acreditam que o mundo será ganho para Cristo pela pregação do evangelho, e que a terra experimentará paz e prosperidade por mil anos. Os pós-milenistas ensinam que a primeira ressurreição se refere à conversão do pecador; a segunda se refere ao levantar do corpo do crente na ressurreição geral. Eles acreditam que os justos e ímpios serão ressuscitados ao mesmo tempo e julgados juntamente. Eles ensinam que haverá uma insurreição de impiedade no final do milênio, que a Grande Tribulação e o “pouco de tempo” (Apocalipse 20:3) ocorrerão simultaneamente. A teoria Pós-milenial foi formulada por Daniel Whitby (1638-1726), que descreveu a teoria como uma “nova hipótese”.

Uma bibliografia de escritores pós-milenistas inclui: Loraine Boettner, The Millennium (Philadelphia: The Presbyterian and Reformed Publishing Co., 1958); David Brown, Christ’s Second Coming (Edinburg: T. and T. Clark, 1882); Charles Hodge, Systematic Theology (Grand Rapids: Eerdmans, 1940); W. G. T. Shedd, Dogmatic Theology; James H. Snowden, The Coming of the Lord (New York: Macmillan, 1922); A. H. Strong, Systematic Theology; e Benjamin B. Warfield.

3. A Teoria Amilenista. Amilenismo ou Amilenianismo é a crença de que o milênio ou mil anos é uma expressão figurativa que faz referência à completa era da Igreja. De acordo com essa visão, não haverá um período literal de mil anos, e Cristo não terá um Reino terreno literal. Os amilenistas ensinam que a Igreja é o reino e que todas as profecias do Velho Testamento a respeito do Reino de Cristo estão se cumprindo figurativamente na Igreja. Eles afirmam que Cristo está reinando no Seu trono no céu, sobre o seu Reino espiritual, a Igreja. Amilenistas não creem que Cristo estabelecerá Seu reino na terra depois de Sua vinda; nem acreditam que a Igreja produzirá um milênio de paz e prosperidade. Eles ensinam que “o trigo e o joio”, o bom e o mau, coexistirão até o julgamento, e que Cristo virá no final desta era para a ressurreição geral e o julgamento geral. Eles acreditam que a primeira ressurreição faz referência à conversão dos crentes que começam a reinar num sentido espiritual com Cristo hoje, e que na morte, o cristão continua a reinar com Cristo como um espírito desencarnado no céu durante a presente era. Eles acreditam que os crentes vão recuperar seus corpos na ressurreição geral. Eles afirmam que Satanás está amarrado durante a presente era e que será solto por um pouco de tempo imediatamente antes da volta de Cristo.

Uma bibliografia dos escritores amilenistas inclui: Louis Berkhof, Systematic Theology (Grand Rapids: Eerdmans, 1946); Floyd E. Hamilton, The Basis of Millennial Faith (Grand Rapids: Eerdmans, 1948); George L. Murray, Millennial Studies (Grand Rapids: Baker Book House, 1948); Geerhardus Vos, The Future of the Kingdom in Prophecy and Fulfillment (Grand Rapids: Zondervan, 1934).


II. Em Relação à Tribulação

De acordo com a Bíblia, o milênio será precedido de um período de juízo conhecido como a Grande Tribulação. A palavra “tribulação” é usada na Bíblia para referir-se a um sofrimento, dificuldade ou perseguição de qualquer espécie (Atos 14:22; João 16:33; 2 Timóteo 3:12). A palavra é usada também em referência a um período de tempo específico, a Grande Tribulação. “Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mateus 24:21). “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mateus 24:29,30). “E haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro” (Daniel 12:1).

A Grande Tribulação incluirá a perseguição e o sofrimento final dos judeus, e, em relação aos judeus, o período é conhecido como “o tempo da angústia de Jacó”. “Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela” (Jeremias 30:7). Em relação às nações, a Grande Tribulação é conhecida como “o tempo das nações”. “Porque está perto o dia, sim, está perto o dia do Senhor, dia nublado; o tempo dos gentios ele será” (Ezequiel 30:3). Isso está associado com o período do julgamento das nações.

Qual é a relação da vinda de Cristo com a Grande Tribulação? Quase todos os pré-milenistas concordam que o segundo aspecto da vinda de Cristo, ou seja, Sua vinda com a Igreja, ocorrerá no final da Tribulação. Quando, porém, ocorrerá o primeiro aspecto, ou seja, Sua vinda para a Igreja? Acontecerá o rapto, o arrebatamento da Igreja, antes da Tribulação, durante a Tribulação ou no fim da Tribulação? Os três principais pontos de vista são o Rapto Pré-Tribulação, o Rapto Meso-Tribulação e o Rapto Pós-Tribulação. Os dois primeiros são chamados algumas vezes de teoria das “duas fases” da vinda de Cristo; o último é conhecido como a teoria da “fase única”.

1. Visão do Rapto Pré-Tribulação. Os homens que defendem a teoria pré-tribulação acreditam que a vinda de Cristo para a Igreja ocorrerá antes que a Tribulação comece. Eles ensinam que hoje a Igreja deve sofrer tribulação e perseguição, mas que escapará do período de Tribulação e ira de Deus. Eles afirmam que a Igreja não está destinada à ira (1 Tessalonicenses 1:10; 5:9; Romanos 5:9; Apocalipse 3:10; Lucas 21:36) e que escapará dessa ira estando nos ares com Cristo. Eles ensinam que é necessário um intervalo de tempo entre os dois aspectos da vinda de Cristo para a Ceia das Bodas do Cordeiro (Apocalipse 19:7-9) e a recompensa dos crentes. Eles indicam que estes eventos ocorrerão enquanto o juízo é derramado sobre Israel e as nações. As pessoas que defendem este ponto de vista ensinam que a Igreja e o Espírito de Cristo, operante na Igreja, são agentes que impedem a plena revelação do homem do pecado, e que a Igreja deve ser removida antes que o homem do pecado possa ser revelado (2 Tessalonicenses 2:6-8). Eles afirmam que a Tribulação diz respeito a Israel e as nações, não à Igreja. Eles dizem que Israel sofrerá perseguição durante a Tribulação, e que, se a Igreja estivesse na terra, ela seria mais perseguida que o próprio Israel. Quando Jesus vier, alguns cristãos ainda estarão vivos; se estes estivessem aqui durante a Tribulação, seriam decapitados pela Besta. No momento do rapto, os cristãos vivos não são retratados como perseguidos, mas como quem está trabalhando, moendo no moinho ou trabalhando no campo. Os homens que defendem o rapto pré-tribulação sustentam que essa visão encoraja uma atitude de expectativa constante. Eles declaram que muitas profecias devem se cumprir antes da vinda de Cristo com a Igreja, mas nenhum evento deve ocorrer antes que Ele venha para a Igreja. Cristo poderia vir a qualquer momento para a Igreja. Eles argumentam que se a Tribulação precede o rapto, os cristãos estariam focados na expectativa da Tribulação em lugar de estarem na expectativa da vinda de Cristo. A Bíblia, porém, exorta os crentes a que vigiem pela vinda de Cristo. Eles ensinam que Deus remove o Seu povo antes que Ele julgue o ímpio. Noé estava na arca antes do juízo pelo dilúvio; Ló foi retirado de Sodoma antes do juízo de Sodoma e Gomorra; os espias estavam fora de Jericó antes do julgamento daquela cidade. Algumas pessoas que defendem esta visão acreditam que os vinte e quatro anciãos de Apocalipse 4 e 5 representam cristãos que estão com Cristo antes que sejam abertos os selos do juízo.

Escritores atuais que defendem a teoria do Rapto Pré-Tribulação na vinda de Cristo incluem: W. E. Blackstone, Op. cit.; Lewis Sperry Chafer, Op. cit.; John N. Darby, Op. cit.; Charles L. Feinberg, Op. cit.; H. A Ironside, Op. cit.; C. I. Scofield; Henry C. Thiessen, Op. cit.; e John F. Walvoord, Op. cit.; e muitos outros.

2. Visão do Rapto Meso-Tribulação. Os homens que defendem a teoria do Rapto Meso-Tribulação acreditam que a vinda de Cristo para a Igreja ocorrerá durante a Tribulação. Eles ensinam que a Igreja estará na terra durante a primeira parte da Tribulação, mas escapará da última parte desse período. Muitos argumentos utilizados pelos defensores da teoria do Rapto Pré-Tribulação também se aplicam à visão do Rapto Meso-Tribulação, especialmente aqueles que indicam que haverá um espaço de tempo entre os dois aspectos da vinda de Cristo. Os homens que defendem esse ponto de vista ensinam que a “última trombeta” mencionada por Paulo (1 Coríntios 15:52) é a mesma sétima trombeta (Apocalipse 11:15-18) mencionada por João. Eles sugerem que as duas testemunhas (Apocalipse 11:3-12) fazem referência à Igreja que estaria testemunhando durante a primeira parte da Tribulação. Eles acreditam que a ressurreição e ascensão das duas testemunhas (Apocalipse 11:11,12) referem-se ao rapto da Igreja. Eles ensinam que os selos e as trombetas no Apocalipse não são parte do Dia da Ira e da Grande Tribulação. As pessoas que defendem essa teoria dizem que Israel, no Egito, experimentou as três primeiras pragas dentre as dez que Deus derramou sobre o Egito. Um escritor atual que defende a teoria do Rapto Meso-Tribulação é Norman B. Harrison, The End: Re-Thinking the Revelation (Minneapolis: The Harrison Service, 1941).

3. Visão do Rapto Pós-Tribulação. As pessoas que acreditam na teoria do rapto pós-tribulação ensinam que os dois aspectos da vinda de Cristo não estão separados por um espaço de tempo; eles constituem um só evento. A vinda de Cristo para a Igreja, eles afirmam, será seguida imediatamente por Sua vinda com a Igreja. Eles acreditam que a Igreja será arrebatada nos ares para encontrar a Cristo e então acompanhá-lo até Jerusalém onde Ele estabelece Seu reino. Os homens que defendem esse ponto de vista ensinam que os cristãos permanecerão na terra durante a Tribulação, que serão objeto de perseguição da Besta, mas serão divinamente protegidos da ira de Deus. Eles argumentam que os três jovens hebreus estiveram na fornalha de fogo ardente, mas foram protegidos do fogo, calor e fumaça. Da mesma forma, os cristãos estarão na terra durante a ira de Deus, mas serão protegidos dela. Os indivíduos que aceitam a “fase única” ou a visão do Rapto Pós-Tribulação mencionam que o Casamento do Cordeiro (Apocalipse 19:7-9) ocorre depois da queda da Babilônia (Apocalipse 18:20-24; 19:1-6). Eles argumentam que a primeira ressurreição inclui as pessoas decapitadas pela Besta (Apocalipse 20:4-6); sendo assim, o rapto deve ocorrer depois da Tribulação. Eles ensinam que as frases bíblicas “o fim”, “o fim dos tempos”, “o último dia”, “aquele dia”, etc., são utilizados como referência à duração da obra da Igreja na terra, a ressurreição dos crentes, a recompensa dos cristãos, a manifestação pública de Jesus e o julgamento. Eles afirmam que a utilização das mesmas frases em referência a vários eventos indicam que eles ocorrerão ao mesmo tempo. Os homens que defendem essa teoria ensinam que a vinda de Cristo não é iminente; não ocorrerá a qualquer momento. Eles ensinam que muitos eventos devem ocorrer antes que Cristo possa vir para a Igreja.

Escritores atuais que defendem a visão do Rapto Pós-Tribulação incluem: Alexander Fraser, The Return of Christ in Glory (Pittsburg: The Evangelical Fellowship, Inc., 1950); George E. Ladd, The Blessed Hope (1956); Alexander Reese, The Approaching Advent of Christ (London: Marshall, Morgan and Scott, 1917); e muitos outros.

Uma falsa teoria defendida pelos Adventistas do Sétimo Dia é que os dois aspectos da vinda de Cristo serão separados por mil anos. Eles ensinam que Cristo levará a Igreja para o céu onde esta reinará com Ele durante o milênio. Eles afirmam que durante o milênio a terra estará em caos e ruína; Satanás será o único habitante da terra. Satanás rodeará a terra, mas não encontrará ninguém para enganar ou tentar. Essa será a prisão de Satanás. No fim do milênio, de acordo com essa falsa teoria, Cristo e a Igreja virão para a terra ressuscitar os ímpios mortos, julgar a humanidade e estabelecer a nova terra. Essa teoria falha em reconhecer que Cristo e a Igreja reinarão sobre a terra durante o milênio (Apocalipse 20:4-6; 5:10), que Satanás será lançado no abismo (Apocalipse 20:2,3), que Israel será restaurado à Palestina e que as nações habitarão na terra durante o milênio.

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