domingo, 5 de fevereiro de 2017

Capítulo XXXV - Os Resultados do Pecado



Capítulo XXXV

Os Resultados do Pecado

As consequências do pecado são tremendas. Paulo escreveu: “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção” (Gálatas 6:7, 8). O pecado produz uma colheita abundante. Ele tem um resultado terrível na vida, no mundo e no destino dos pecadores.

De um ponto de vista, nós podemos dizer que o pecado tem dois resultados: sofrimento e morte. Todas as consequências do pecado podem ser resumidas por esses dois fatores. O pecado resulta em sofrimento (ou ira) e morte. O oposto do pecado é a justiça; o oposto do sofrimento é a glória; o oposto da morte é a vida. A justiça resulta em glória e vida. É interessante notar que essas são as três coroas prometidas ao crente: a coroa da justiça (2 Timóteo 4:8), a coroa de glória (1 Pedro 5:4) e a coroa da vida (Tiago 1:12; Apocalipse 2:10).

Esses dois fatores, porém, não oferecem uma adequada explanação para todas as consequências do pecado. Neste capítulo queremos considerar os resultados do pecado pela observação dos seus efeitos em relação a Deus, em relação ao destino eterno, em relação ao próprio pecador e em relação ao meio ambiente. Depois nós queremos considerar três palavras que começam com a mesma letra do alfabeto: pena, poder e presença do pecado.


I. A Relação do Pecador com Deus

O resultado mais significativo do pecado é seu efeito sobre a relação do pecador para com Deus. O pecado é primeiramente contra Deus. O filho pródigo confessou: “Pequei contra o céu e perante ti”. Embora Davi tivesse cometido adultério e assassinato, ele reconheceu: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal” ( Salmos 51:4).

O pecado separa o homem de Deus. Deus em Sua santidade não pode aprovar o pecado. Por causa da sua natureza contrária a Deus, o pecado naturalmente separa o pecador de Deus. O pecado é uma barreira, um bloqueio, uma cortina de ferro estendida sobre o caminho da comunhão entre o homem e Deus. Em consequência de seu pecado, Adão e Eva foram separados da árvore da vida, de seu lar Edênico e da abençoada comunhão com Deus. Eles não tinham contato vital com Deus. Eles estavam “mortos no pecado”.

O pecado resulta em culpa. O pecador é responsável e condenável diante de Deus. O pecado suscita a desaprovação e a condenação da parte de Deus. O pecador merece punição e deve satisfazer os requisitos da justiça de Deus pelo pagamento da pena do pecado. O pecado resulta em que o pecador se transforme num devedor, um criminoso, um inimigo, um escravo, um contaminado e impuro, um morto e um pobre estranho. O pecado interrompe a relação entre Deus e o homem.


II. O Salário do Pecado

O resultado final do pecado é a morte e a destruição. “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Adão foi advertido: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:17). A Adão, o pecador, foi dito: “No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gênesis 3:19). Os pecadores merecem a morte. Paulo disse: “São dignos de morte os que tais coisas praticam” (Romanos 1:32). “A morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Romanos 5:12).

O resultado do pecado deve ser a morte, o oposto da vida, porque o pecado é contrário a Deus e Deus é vida. Os pecadores vão pagar a pena do pecado ao serem destruídos na segunda morte. Os pecadores ressuscitarão para o juízo na ressurreição final (Apocalipse 20:12-15). Aquele que tiver vivido em pecado durante esta vida (Apocalipse 21:8) e aquele que não tem o nome escrito no livro da vida (Apocalipse 20:15) serão lançados no lago de fogo para serem destruídos. Em Seu sacrifício, Jesus tomou o lugar dos crentes. Ele pagou o salário do pecado em seu favor. Ao invés da morte eterna, portanto, os cristãos esperam a vida eterna. Eles ressurgirão na primeira ressurreição. A segunda morte não terá poder sobre eles porque eles se tornarão imortais (Apocalipse 20:6).


III. Os Resultados do Pecado no Pecador

O pecado tem trágicos resultados no próprio pecador. Afastado de Deus, o pecador existe em um estado anormal. Ele está incompleto. A vida é preenchida com o vazio. Sem Deus, ele é como um círculo sem o centro, um sistema solar sem o sol. Sob o governo despótico de si mesmo, os instintos dados por Deus ao pecador normal, de autopreservação, autoexpressão, fome, amor a autoaperfeiçoamento são torcidos e pervertidos. Pecar pode ser natural para o pecador, mas o pecado em si é anormal. Ele é contrário ao caminho que o homem deveria estar. Egocentrismo resulta em miséria.

Alguns homens afirmam que o pecado é totalmente punido hoje. Isso não é verdade. É verdade somente em um sentido limitado que o pecado é sua própria punição. A punição completa e final para os pecados aguarda pela segunda morte. Contudo, o pecador experimenta certos resultados do pecado nesta vida. Não é verdade que a agonia mental e nervosa que as experiências com drogas e álcool constituem pelos menos uma punição parcial por seus pecados? As doenças venéreas não podem ser uma forma pelo menos parcial de punir os pecados de adultério e prostituição? Ladrões e assassinos não podem encontrar felicidade por causa da culpa em suas consciências e constante temor de serem expostos. Aquele cuja vida está cheia de orgulho, avareza, inveja, ódio, autopiedade ou ressentimentos, está na miséria. A falha em encontrar a paz interior, alegria e estabilidade emocional pode ser parte da pena que se está pagando por seus pecados. Sem considerar os muitos sofrimentos que o pecador experimenta nesta vida, ele ainda deve comparecer diante de Deus no juízo final e responder por seu pecado pessoal.


IV. A Relação do Pecado com o Meio Ambiente

O homem depende de seu ambiente para a continuação da vida. As necessidades do homem por oxigênio, água, alimento e proteção são supridas em sua relação com o planeta físico. Depois que Adão pecou, Deus colocou uma maldição sobre a terra. Deus disse aos nossos culpados ancestrais: “Maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá” (Gênesis 3:17, 18). “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Romanos 8:22). A terra tem sofrido porque o homem tem pecado.

A vida útil normal do homem foi encurtada de quase mil anos (antes do dilúvio) para menos de um século. A fertilidade da terra tem diminuído. Ervas daninhas, cardos e espinhos constituem uma desvantagem ao cultivar o solo. Existe um temor entre os animais e entre os animais e os homens. Doenças, enfermidades e limitações físicas flagelam a raça humana.

Deus sujeitou a terra à maldição de Adão como uma punição indireta para o homem. Essa maldição também serve como uma trava de segurança para limitar o homem em pecado. Considere o possível alcance que o pecador poderia ter se não houvesse essas limitações.

O fato de os cristãos estarem sujeitos a essas limitações não é uma indicação de que são pecadores. Um crente pode encontrar ervas daninhas crescendo em seu jardim, contrair uma doença ou ter a sua casa destruída numa tempestade. Essas adversidades, porém, não significariam que ele é um pecador ou sofre as tragédias como punição por seus pecados pessoais. Mesmo os cristãos experimentam os efeitos da maldição de Adão.

A terra será redimida da maldição e restaurada à pureza e perfeição do Éden pela obra de Jesus Cristo quando ele retornar à terra. “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Romanos 8:19, 21).

A terra será restaurada em sua fertilidade (Isaías 35:1, 2, 6, 7; 55:13; Amós 9:13, 14). Os animais se tornarão inofensivos (Isaías 11:6-9). Doenças e tristezas serão removidas (Isaías 35:5, 6; Apocalipse 21:4). “Nunca mais haverá maldição” (Apocalipse 22:3).


V. Pena, Poder e Presença do Pecado

A pena, poder e presença do pecado estão relacionadas. A pena do pecado é a condenação e morte. O poder do pecado é a influência que o pecado e o hábito de pecar exercem sobre o pecador. A presença do pecado é a evidência do pecado em um ambiente. Três palavras adicionais começando com a mesma letra do alfabeto, como um trio que agora nós vamos considerar, são: poluição, perversão e prática do pecado.

O evangelho contempla a tripla salvação para o pecador. Existe a salvação do passado, que é um fato cumprido; existe a salvação do presente, que é um processo progressivo; e existe uma salvação futura que é a esperança prometida.

1. Salvação da Pena do Pecado. Através de Sua morte sacrificial, Jesus nos salvou da pena do pecado. Ele pagou o salário do pecado por nós. Ele removeu nossa culpa e condenação em relação a Deus. Quando o pecador aceita o sacrifício de Cristo pela conversão, ele é salvo da pena do pecado. Ele tem, portanto, a não condenação; ele está justificado diante de Deus.

2. Salvação do Poder do Pecado. Quando Cristo habita em nossas vidas mediante Seu poder, Ele progressivamente nos salva do poder do pecado. O poder de Cristo contrabalança o poder do egoísmo, da mente carnal. Andando no Espírito, o crente não cumpre a vontade da carne (Gálatas 5:16). Somente o poder de Cristo pode libertar o homem do poder do pecado. Na medida em que alguém se rende ao poder transformador de Cristo e vive em obediência a Ele como Senhor, será salvo progressivamente do poder do pecado.

3. Salvação da Presença do Pecado. Quando Jesus retornar à terra e começar Seu novo ministério terreno, Ele nos salvará da presença do pecado. Toda evidência do pecado será afinal removida. Ele redimirá nossos corpos, nos mudando da mortalidade para a imortalidade. Através de Seu governo, Ele transformará nosso meio ambiente de forma que “a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Isaías 11:9).

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