Capítulo XII
A trindade, como mencionamos anteriormente, está
fundamentada sobre três propostas. É como uma mesa montada sobre três pernas.
Se uma das pernas for removida a mesa inteira cairá.
As três propostas sobre as quais a trindade está estruturada
são: 1) A unidade composta de Deus. 2) A divindade do Pai, do Filho e do
Espírito. 3) A personalidade do Pai, do Filho e do Espírito. A
incapacidade de se provar qualquer uma dessas três propostas causará o colapso
dessa falsa teoria.
Para refutar a trindade, portanto, é preciso estabelecer
apenas um dos três fatos verdadeiros a seguir: 1) A unidade de Deus não é
composta. 2) Jesus não é Deus. 3) O Espírito não é uma pessoa. Nas três
subdivisões deste capítulo, planejamos considerar esses três fatos.
I. A Unidade de Deus Não é
Composta
Só existe uma pessoa que é Deus. Ele é a origem e o governante
do universo. Ele é o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. A unidade de Deus é
simples, não é composta.
1. Um Deus Significa Uma Pessoa. Deus é único. Ele é um indivíduo singular, uma unidade só, um único Ser. Indicamos ao leitor o capítulo sobre a Unidade de Deus (Capítulo IX) para conferir uma lista de escrituras ensinando a verdade de que Deus é único.
1. Um Deus Significa Uma Pessoa. Deus é único. Ele é um indivíduo singular, uma unidade só, um único Ser. Indicamos ao leitor o capítulo sobre a Unidade de Deus (Capítulo IX) para conferir uma lista de escrituras ensinando a verdade de que Deus é único.
Jesus se referiu a Seu Pai como “o único Deus verdadeiro”
(João 17:3). Moisés declarou: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é um único
Senhor” (Deuteronômio 6:4). Paulo escreveu: “Para nós há um só Deus, o Pai” (I
Coríntios 8:6).
Existe apenas um Deus (do grego heis e do hebraico echad).
Deus é só, separado, solitário. Ele é o único
Deus (do grego monos e do
hebraico bad). Todos os demais
estão excluídos. Não há ninguém mais. Ele é uma pessoa única. Além d’Ele não há
nenhum outro. Todas essas palavras denotam unidade simples. A respeito da
palavra echad (único, um) R. H. Judd
escreveu:
“Esta palavra hebraica echad ocorre aproximadamente quinhentas
vezes no Antigo Testamento, e não existe um único exemplo sequer onde a
palavra, em qualquer sentido, perca seu valor numérico; nem pode ser negado que
esta é a base sobre a qual todos os outros numerais têm seu valor.
É verdade que temos
palavras como ‘nação’, ‘grupo’, ‘assembleia’, mas quando falamos de “uma
nação”, comparando duas ou mais nações, absolutamente não há alteração do valor
numérico do numeral.” (Judd, R. H. “One God: The God of
The Ages”. Oregon,
Illinois: National Bible Institution, 1949, pp. 28, 30)
Sobre a questão da unidade simples de Deus, citamos o
seguinte trecho do famoso Catecismo Racoviano:
“Prova-me
que na única essência de Deus há somente uma Pessoa. De princípio já podemos notar
que a essência de Deus é única, não na forma, mas em número. Pelo que não pode
de modo algum conter uma pluralidade de pessoas, já que uma pessoa nada mais é
do que uma essência inteligente individual. Portanto, onde quer que existam
três pessoas numéricas, devem ser reconhecidas da mesma maneira, três essências
individuais; no mesmo sentido, quando é afirmado que há uma essência numérica,
também deve ser mantido que há apenas uma pessoa numérica” (The Racovian
Cathecism, Seção III, cap. 1).
2. Pronomes Pessoais Singulares. O fato de se utilizar pronomes
pessoais singulares em referência a Deus é um excelente testemunho da unidade
simples de Deus.
“Na
contagem, são centenas, de fato são milhares, os pronomes da Bíblia em relação
a Deus que permanecem como luzes de um farol em cada página do Gênesis ao
Apocalipse, nos revelando a singularidade pessoal, literal e individual de Deus
com uma clareza tal que nenhum trinitariano, ou qualquer outro argumento, é
capaz de negar com sucesso. “Eu”, “Mim”, “Meu”; “Ele”, “Dele”, “Ele mesmo”,
“Tu”, “Ti”, “Teu”, jamais foram e nunca serão corretamente aplicados a mais do
que uma personalidade individual. Tais palavras carregam uma dignidade e uma
certeza que não pode ser expressa nem por um nome ou qualquer outro método”
(Judd, R. H. Op. cit. p. 32).
3. Esta Única Pessoa é o Pai. O testemunho da Bíblia é que existe uma única pessoa que é Deus. Então, quem é esta pessoa? Ele é o Pai. Numerosos textos bíblicos identificam o único Deus como o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Algumas destas muitas Escrituras são as seguintes:
João 17:3 A ti só por único Deus verdadeiro
Romanos 15:6 Glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo
I Coríntios 8:6 Para nós há um só Deus, o Pai
I Coríntios 15:24 A Deus, ao Pai
II Coríntios 1:3 O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo
Efésios 1:17 O Deus de nosso Senhor Jesus
Cristo
Efésios 4:6 Um só Deus e Pai de todos
I Tessalonicenses 3:13 Nosso
Deus e Pai
II Tessalonicenses 2:16 Nosso
Deus e Pai
Tiago 3:9 A Deus e Pai
II João 3 De parte de
Deus Pai e do nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai
A unidade de Deus não é composta. Um Deus significa uma
pessoa. Esta única pessoa é o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
II. Jesus Não é Deus
1. Somente Uma Pessoa é Deus. Jesus não é Deus porque há
somente uma pessoa que é Deus. Esta pessoa única tem sido identificada como o
Pai. Jesus, portanto, não pode também ser Deus. Não há outra pessoa que possa
ser Deus no mesmo sentido em que o Pai é Deus. “Para nós há um só Deus, o Pai,
de quem é tudo, e para quem nós vivemos” (I Coríntios 8:6). “Um só Deus e Pai
de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Efésios 4:6). Jesus é
divino, mas não divindade. Ele é o divino Filho de Deus, mas Ele não é a
divindade, o Ser Supremo.
2. Jesus Como Mediador Não Pode Ser o Próprio Deus. “Porque há um só Deus, e um só
mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (I Timóteo 2:5). Jesus é
Mediador entre Deus e os homens. Jesus, portanto, não é o próprio Deus. Se
Jesus fosse o próprio Deus e igual a Deus, como declaram os trinitarianos, Ele
não estaria numa posição para servir como mediador. Servindo como mediador,
alguém precisa ser uma terceira parte. Se Jesus fosse Deus ou igual a Deus, Ele
seria uma das duas partes e não serviria como Mediador entre os dois - Deus e o
homem (Gálatas 3:20). O fato de que Jesus é um Mediador anula a possibilidade
de que Ele seja parte de uma trindade.
Jesus insistiu que Ele e Seu Pai não são idênticos. Ele e
Seu Pai são separados em personalidade, essência e existência. Ele declarou que
Ele e Seu Pai constituem duas testemunhas separadas: “E na vossa Lei está
também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que
testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou” (João
8:17,18)
3. Jesus é o Filho de Deus. Jesus em Si mesmo não é o próprio Deus, nem parte de um Deus triúno, porque Ele é o Filho de Deus. Ele não pode ser Deus e também o Filho de Deus ao mesmo tempo. O Pai e o Filho não são nem iguais, nem idênticos. O Pai vivia antes do Filho. O Filho recebeu Sua vida do Pai. O Pai é maior do que o Filho. Jesus foi gerado de Seu Pai e nascido de Maria. Ele é o Filho do Deus vivo. O Novo Testamento está repleto de textos afirmando que Jesus é o Filho de Deus.
3. Jesus é o Filho de Deus. Jesus em Si mesmo não é o próprio Deus, nem parte de um Deus triúno, porque Ele é o Filho de Deus. Ele não pode ser Deus e também o Filho de Deus ao mesmo tempo. O Pai e o Filho não são nem iguais, nem idênticos. O Pai vivia antes do Filho. O Filho recebeu Sua vida do Pai. O Pai é maior do que o Filho. Jesus foi gerado de Seu Pai e nascido de Maria. Ele é o Filho do Deus vivo. O Novo Testamento está repleto de textos afirmando que Jesus é o Filho de Deus.
4. Deus é o Deus de Jesus. Jesus reconheceu o Pai, o único
Deus verdadeiro, como seu Deus. Jesus jamais reivindicou ser Ele o próprio
Deus. Ele não pretendia ser igual a Deus. Ele sempre se referiu ao Pai como
sendo superior a Ele, Seu Deus. Nos textos a seguir, Jesus faz referência ao
Pai como Seu Deus, ou Deus é descrito como o Deus de Jesus.
João 20:17 Meu
Deus e vosso Deus
Apocalipse 3:12 Meu
Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus
Mateus 27:46 Deus
meu, Deus meu, porque me desamparaste
Marcos 15:34 Deus
meu, Deus meu, porque me desamparaste
Salmos 22:1 Deus
meu, Deus meu, porque me desamparaste
II Coríntios 11:31 O
Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo
Efésios 1:3 O
Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo
Efésios 1:17 O
Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo
I Pedro 1:3 O
Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo
Hebreus 1:8,9 Por
isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo
Salmos 45:6,7 Por isso Deus, o teu Deus, te
ungiu
Apocalipse 1:6 Para
Deus, seu Pai (BJ)
II Coríntios 1:3 Bendito
seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo (BJ)
5. Jesus Orou Para Seu Deus, o Pai. Jesus revelou que Ele próprio não era Deus quando orou a Seu Pai como Deus. Se Jesus fosse igual a Deus, por que então Ele orou a Deus? Os trinitarianos afirmam que Deus, Jesus e o Espírito têm todos uma mesma inteligência e uma só vontade. Se Jesus e Deus compartilhassem uma única vontade, ou poder de decisão, teria aparência de zombaria ver uma pessoa de uma trindade orar a uma outra pessoa de uma trindade. Pelo fato de ter orado a Deus, Jesus mostrou ser inferior a Seu Pai e que somente Seu Pai é Deus.
Hebreus 5:7-8 Fez
orações e súplicas a Deus (NTLH)
Lucas 6:12 Passou
a noite em oração a Deus
Mateus 11:25 Ó
Pai, Senhor do céu e da terra
João 17:1 Pai,
é chegada a hora
Mateus 26:38,42 Meu
Pai, se é possível
6. Jesus é Inferior a Deus. Jesus ocupa a mais alta e exaltada posição no universo junto
a Deus. Jesus não é igual a Seu Pai. Deus é maior do que Seu Filho; o Filho é
inferior ao Seu Pai. Jesus, portanto, não é Deus. Reconhecer esse fato não quer
dizer que não estejamos dando a glória devida a Cristo; é simplesmente o
reconhecimento da verdadeira relação entre o Pai e Seu Filho.
Jesus declarou: “O Pai é maior do que eu” (João 14:28).
Quando Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30), Ele não ensinou que Ele
e Seu Pai eram um em essência ou existência (como os trinitarianos afirmam) ou
uma única pessoa (como os Sabelianos ensinam). Ele se referiu à unidade de
propósito e perfeita concordância que existe entre Ele mesmo e Seu Pai. Jesus
orou para que essa mesma unidade fosse uma realidade entre Seus seguidores
(João 17:11, 21-23). Jesus sempre reconheceu que Seu Pai é maior do que Ele.
Isso mostra claramente o fato de que Jesus não pode ser parte de um Deus
triúno.
João 14:28 O Pai é maior do que eu
João 10:29 Meu Pai... é maior do que todos
I Coríntios 11:3 Deus, a cabeça de Cristo
I Coríntios 3:23 Cristo é de Deus
Mateus 20:23 Não me pertence dá-lo (...), mas a meu Pai
I Coríntios 15:24-28 Quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai
João 10:29 Meu Pai... é maior do que todos
I Coríntios 11:3 Deus, a cabeça de Cristo
I Coríntios 3:23 Cristo é de Deus
Mateus 20:23 Não me pertence dá-lo (...), mas a meu Pai
I Coríntios 15:24-28 Quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai
Depois que Cristo completar o Seu governo redentor e Deus
tenha colocado todos os inimigos debaixo de Seus pés, Jesus continuará a ser
sujeito a Deus. Deus será supremo. Ele será tudo em todos. “Porque todas as
coisas sujeitou debaixo de Seus pés. Mas quando diz que todas as coisas lhe
estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as
coisas. E quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, também o Filho
mesmo se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja
tudo em todos” (I Coríntios 15:24-28).
Jesus viveu como Servo de Deus. Ele rendeu perfeita
obediência a Seu Pai. Ele sempre fez aquilo que agradava a Deus. Isso mostra
que Ele reconhecia a Si mesmo como sendo inferior a Deus.
Zacarias 3:8 Meu servo, o Renovo
Mateus 12:18 Eis aqui o meu servo
Filipenses 2:7-8 A forma de servo
Hebreus 10:7,9 Venho para fazer a Tua vontade
João 4:34 Fazer a vontade daqu’Ele que me enviou
João 5:30 Busco a vontade do Pai que me enviou
João 6:38 Não para fazer a minha vontade
João 8:29 Eu faço sempre o que lhe agrada
Lucas 22:42 Não se faça a minha vontade, mas a tua
Romanos 5:19 Pela obediência de um
Mateus 12:18 Eis aqui o meu servo
Filipenses 2:7-8 A forma de servo
Hebreus 10:7,9 Venho para fazer a Tua vontade
João 4:34 Fazer a vontade daqu’Ele que me enviou
João 5:30 Busco a vontade do Pai que me enviou
João 6:38 Não para fazer a minha vontade
João 8:29 Eu faço sempre o que lhe agrada
Lucas 22:42 Não se faça a minha vontade, mas a tua
Romanos 5:19 Pela obediência de um
7. Jesus é Inferior a Deus em Atributos. O Novo Testamento revela Jesus
Cristo como inferior a Deus em atributos. Essa é uma indicação definitiva
de que Jesus em si mesmo não é Deus. Ele não é igual nem idêntico a Deus.
Ele não é parte de um Deus triúno.
Deus é infinito e perfeito em todos os Seus atributos. Em
todas essas coisas, Deus é imutável. Sua perfeição infinita não pode aumentar,
nem diminuir. O que Ele tem sido, Ele sempre será. Jesus demonstrou ser Ele
mesmo inferior a Deus em Seus atributos.
Inferior em conhecimento. Deus é onisciente. Ele é perfeito em conhecimento. “Conhecidas de Deus são todas as Suas obras desde o começo do mundo.” Seu conhecimento é infinito, eterno e completo. Jesus, por outro lado, não era onisciente. Jesus “crescia em sabedoria” (Lucas 2:52). Se Jesus era Deus com conhecimento infinito, como Ele poderia ter “crescido em sabedoria”?
O conhecimento de Deus não é derivado nem adquirido. Seu
conhecimento é originário de Si mesmo. “Que conselheiro o ensinou?” (Isaías
40:13, 14). Por outro lado, Jesus recebeu Seu conhecimento de Deus (João 8:28).
O conhecimento de Deus inclui todas as coisas presentes,
passadas e futuras. Ele conhece todas as coisas. Jesus, por outro lado, era
limitado em conhecimento com relação à data de Sua volta (Marcos 13:32). Jesus
não é Deus.
Lucas 2:52 Jesus crescia em sabedoria
João 5:19 O que Ele vê o Pai fazer
João 8:28 Como o Pai me ensinou
Marcos 13:32 Não sabe a data de Sua volta
Atos 1:7 Na autoridade do Pai
João 5:19 O que Ele vê o Pai fazer
João 8:28 Como o Pai me ensinou
Marcos 13:32 Não sabe a data de Sua volta
Atos 1:7 Na autoridade do Pai
Inferior em Poder. Deus é onipotente. Ele é Todo-Poderoso. Ele tem poder infinito. “Mas a Deus tudo é possível.” O poder de Deus origina-se nEle mesmo. Com seu poder Deus realiza todas as Suas obras. Jesus por outro lado, não era onipotente. O poder que Cristo exercia quando operava milagres era proveniente de Deus. Ele disse: “O Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma” (João 5:19). O poder que Cristo usa para realizar Sua obra na Igreja de hoje, e que Ele usará para governar a terra em Seu futuro reino, foi recebido de Deus. O poder de Deus tem origem em Si mesmo; Jesus recebeu poder de Deus. Jesus não é Deus.
João 5:19 O Filho
por Si mesmo não pode fazer coisa alguma
João 5:30 Eu não
posso de mim mesmo fazer coisa alguma
João 8:28 Nada
faço por mim mesmo
João 14:10 O Pai é
quem faz as obras
Menor em Vida. Deus sempre existiu. Nunca houve um tempo no qual Deus não existisse. Deus não somente viverá para sempre no futuro, como também viveu eternamente no passado. A vida de Deus não teve um começo. A vida de Cristo, por outro lado, teve um começo definido. Houve um tempo em que Jesus não existia. Jesus viverá por toda eternidade no futuro, mas não viveu por toda a eternidade no passado. Jesus é inferior a Deus com relação à idade e à extensão da vida passada.
Deus é a fonte de toda a vida. Sua existência não é derivada
de ninguém. Ele possui vida em Si mesmo. Jesus, por outro lado, recebeu vida de
Deus. Se não fosse Deus, Jesus jamais teria existido. Jesus foi gerado do Pai.
Sua vida foi derivada de Deus. O poder de Deus foi a causa de Maria conceber e
dar à luz um filho. Se não fosse pelo santo poder de Deus, Jesus jamais teria
nascido. “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te
cobrirá com a Sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será
chamado Filho de Deus” (Lucas 1:35). Jesus disse: “O Pai que vive me enviou, e
Eu vivo pelo Pai” (João 6:57).
Jesus também recebeu vida ressurreta do Pai. Deus levantou
Jesus dos mortos através de Seu poder, o Espírito (Atos 10:40; 13:30; Romanos
10:9). Jesus voluntariamente entregou Sua vida como um sacrifício. Ele tinha
autoridade para entregar Sua vida e para recebê-la de volta (João 10:17,18).
Jesus não ressurgiu dos mortos por Si mesmo. Ele foi levantado da morte através
do poder de Deus. Deus é a fonte de toda a vida; Jesus recebeu a vida de Deus,
portanto, Jesus não é Deus.
Deus Não Pode Morrer. Deus é imortal. Ele não está
sujeito à morte. Deus sempre foi imortal e sempre será imortal. Morrer é
impossível para Deus. Jesus, por outro lado, nasceu mortal. Ele morreu. Jesus
tinha as características de um homem mortal. Ele experimentou a fome (Mateus
4:2), sede (João 19:28), cansaço (João 4:6), tentação (Mateus 4:1) e sofrimento
(Lucas 24:46). Jesus morreu (João 19:33; I Coríntios 15:3). Deus não pode
morrer; Jesus morreu. Jesus não é Deus.
Jesus tornou-se imortal quando Deus o levantou da sepultura.
Jesus recebeu a imortalidade de Deus. Jesus não pode morrer novamente (Romanos
6:9). Quando Jesus voltar, todos os verdadeiros crentes se tornarão
imortais como Ele (I Coríntios 15:52,53; Filipenses 3:20,21).
8. Atributos Divinos e Posições Recebidas de Deus. Alguns acreditam que Jesus deve
ser Deus e parte de uma trindade porque Ele exerce certa autoridade divina e
revela certos atributos divinos. Exaltado à mão direita de Deus, Jesus recebeu
autoridade divina e poder de Deus. Isso, entretanto, não prova que Jesus é
igual a Deus, Deus em Si mesmo, nem uma parte de Deus.
O fato de Jesus ter sido exaltado pelo Pai mostra que o Pai
é maior que Jesus. O fato de Jesus receber posição e obras divinas mostra que
Jesus é inferior a Deus. Hoje, Jesus tem sido exaltado a mais alta posição no
universo, abaixo apenas do próprio Deus.
Autoridade Recebida
de Deus. Jesus
disse: “Todo o poder (autoridade) me é dado no céu e na terra” (Mateus 28:18).
Jesus sempre entendeu que Seu Pai era superior a Ele em autoridade. Ele viveu
em perfeita obediência a Deus. Após a Sua ressurreição, Jesus recebeu
autoridade divina de Deus. A autoridade de Deus não é derivada de ninguém; é
originária do próprio Deus. Deus é maior do que Jesus; Jesus é inferior
a Deus; Jesus não é Deus.
Reinado recebido
de Deus. Jesus é
chamado de Rei dos Reis. Deus sempre foi o Rei do universo. Jesus recebeu Sua
autoridade real de Deus. A base do reinado de Cristo é o fato de que Ele é o
Filho de Davi (Lucas 1:31-33) e também o Filho de Deus (Salmos 2:6-9 e Daniel 7:14).
Jesus não se tornou Filho de Davi e Filho de Deus até que tivesse nascido de
Maria.
Obra de Julgamento. Deus
autorizou Jesus a ser Juiz da humanidade. Deus entregou o julgamento ao Seu
Filho. Deus julgará a humanidade através da obra de Cristo, o Juiz. Jesus
recebeu essa posição e função de Deus (João 5:22,27; Atos 10:42; 17:31). O fato
de que Jesus recebeu essa prerrogativa do Pai, demonstra que o Pai é superior a
Ele. Jesus não é Deus.
Sua Presença Invisível. Embora Jesus esteja nos céus,
Ele pode estar presente em todos os lugares com Seus seguidores. Ele disse:
“Eis que Eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus
28:20). Jesus pode fazer isso através do poder de Deus, o Espírito. Jesus
recebeu esse poder de Deus. (João 15:26; Atos 2:33). Durante Seu ministério
terrestre Jesus pôde curar o servo do centurião (Mateus 8:5-13) mesmo que o
servo doente estivesse a uma grande distância. Ele também tinha a habilidade de
conhecer o que havia no coração do homem. Jesus podia fazer essas coisas não
porque Ele é parte de um Deus triúno, mas porque Deus O revestiu de poder para
executar tais obras.
9. Quatro Argumentos Trinitarianos Considerados. Os trinitarianos contestam a
verdade de que Jesus não é Deus. Os quatro argumentos mais importantes que
utilizam para ensinar que Jesus é o próprio Deus são: 1) Atributos divinos
são atribuídos a Cristo; 2) Prerrogativas divinas são atribuídas a Cristo; 3)
Certas escrituras atestam que Jesus era a imagem ou plenitude de Deus; 4) Jesus
recebe o título de “Deus” em certas Escrituras.
Já consideramos o primeiro argumento e observamos que Jesus
era inferior a Deus nos atributos de conhecimento, poder e vida durante Seu
ministério terrestre. Ele era dependente de Deus em todas as coisas. Em
lugar de provar que Jesus é Deus, seus atributos provam que Ele não é
Deus.
O segundo argumento também já foi considerado. O fato
de que Jesus exerceu ou irá exercer certa autoridade divina e executar funções
divinas (Rei, Juiz, etc.) não indica que Jesus é Deus. Ao contrário, notamos
que Jesus recebeu todas essas posições e funções de Deus, mostrando que
Ele é inferior a Deus.
O terceiro argumento usado pelos trinitarianos contra a
verdade de que Jesus não é Deus é o fato de que algumas Escrituras atestam que
Jesus é a imagem de Deus. Estas Escrituras são as seguintes:
Filipenses 2:6 Sendo
em forma de Deus
Colossenses 1:19 Toda
a plenitude n´Ele habitasse
Colossenses 2:9 Porque
n’Ele habita toda a plenitude da divindade
Colossenses 1:15 O
qual é imagem do Deus invisível
2 Coríntios 4:4 Cristo,
que é a imagem de Deus
Hebreus 1:3 A
expressa imagem da sua pessoa
João 12:45 Quem
me vê a mim vê aquele que me enviou
João 14:9 Quem
me vê a mim vê o Pai
Essas Escrituras não ensinam que Jesus é Deus. Não indicam
também que Jesus é parte de uma trindade. A palavra “imagem” significa semelhança ou caráter impresso. Jesus era a semelhança moral de Deus. Seu caráter
refletia os atributos morais de Deus - santidade, amor e verdade. O homem
poderia conhecer como é o caráter ou imagem de Deus olhando para a bela vida de
Cristo. Sua vida revelou santidade, retidão, justiça, amor, compaixão,
misericórdia, verdade, autenticidade e fidelidade. Jesus era divino. Ele
era semelhante a Deus em caráter e conduta. Jesus não era Deus em Si mesmo; Ele
refletia o caráter de Deus em Sua vida perfeita.
O quarto argumento usado pelos trinitarianos é que algumas
poucas Escrituras chamam Jesus pelo título de “Deus”. As três principais são:
João 20:28; Tito 2:13; Hebreus 1:8.
Esse argumento é respondido pelo fato de que a palavra
“Deus” (do hebraico ’elohim’ e do grego ’theos’) às vezes é aplicada aos
homens e anjos na Bíblia. Quando usada no sentido secundário, a palavra ”Deus”
indica alguém que é representante
daquele que é O verdadeiro e supremo Deus.
O termo Deus é empregado nas
Escrituras principalmente em dois sentidos. O primeiro desses é quando
designa Aquele que governa e preside sobre todas as coisas no céu e na terra, e
desconhece alguém superior... Neste sentido, as Escrituras afirmam que Deus é
um. O último sentido é quando designa um ser que recebeu desse único Deus algum
tipo de autoridade superior no céu ou na terra sobre os homens, ou poder
superior com relação a todas as coisas humanas, ou autoridade para impor
julgamento sobre outros homens, sendo dessa maneira e nesse sentido considerado
como um participante da Divindade do único Deus (The Recovian
Cathecism. Seção 3 cap. I).
Moisés foi designado como Deus em relação a Aarão (Êxodo
4:16) e a Faraó (Êxodo7:1). Moisés foi chamado Deus (elohim), mas ele não era o único Deus supremo e nem parte de uma
trindade. Moisés foi um representante de Deus. Juízes humanos, representantes
do único Deus verdadeiro, foram designados como Deus. Em Êxodo 22:28, a palavra
“deuses” refere-se aos juízes humanos. (Nota do tradutor: neste
versículo a palavra elohim já é
traduzida como juízes na Bíblia em português, mas a Bíblia tradicional em
inglês – King James Version – usa o termo deuses). Em Êxodo 21:6; 22:8,9; e em I Samuel 2:25, a palavra
“juízes” é traduzida do hebraico elohim
ou Deus. Salmos 97:7 é citado em Hebreus 1:6. Os “anjos” de Hebreus 1 são
os “deuses” do Salmos 97. Os anjos são representantes de Deus, mas não são O
próprio Deus.
Os Israelitas foram chamados “deuses” no Salmos 82:6,7.
Jesus citou o versículo para mostrar esse fato. “Respondeu-lhes Jesus: Não está
escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses? Pois, se a lei chamou deuses
àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser
anulada), àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis:
Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?” (João 10:34-36).
O fato de que a palavra “Deus” é usada no sentido
secundário, como um representante de Deus em Hebreus 1:8, é mostrado no
versículo seguinte. Em Hebreus 1:9 o único e supremo Deus verdadeiro é descrito
como sendo o Deus do Filho! “Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; por
isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus
companheiros” (Hebreus 1:8,9 é uma citação de Salmos 45:6,7).
Jesus não é o próprio Deus. Ele não é parte de uma trindade.
Jesus é o Filho de Deus.
III. O Espírito Não É Uma Pessoa
O Espírito Santo não é uma pessoa distinta do Pai e do
Filho. O Espírito Santo é impessoal. Não é parte de uma trindade. É a energia
divina com a qual Deus realiza Suas obras.
1. O Espírito é o Poder de Deus. O Espírito não é uma pessoa
distinta do Pai e do Filho porque é o poder de Deus. O Espírito Santo é o poder
impessoal de Deus. Cada obra que Deus faz é executada através de Seu poder ou
Espírito.
Espírito é traduzido das palavras hebraicas ruach e neshamah e da palavra grega pneuma.
Pneuma é nas escrituras gregas o
que ruach é no hebraico.
Espírito significa ar, fôlego, sopro, poder, animação e a manifestação do poder
de alguém. O Espírito de Deus é o poder de Deus.
2. A Palavra “Espírito” É Neutra. O Espírito não é uma
personalidade porque a palavra grega pneuma,
traduzido como Espírito, é neutra em gênero. Artigos e pronomes
referentes a essa palavra também são neutros.
3. Símbolos Impessoais. O poder impessoal de Deus, o
Espírito Santo, é designado na Bíblia por símbolos impessoais. Alguns desses
são: vento (João 3:8; Atos 2:2), fogo (Mateus 3:11), água (João 7:37-39), óleo
(Salmos 45:7; Isaías. 61:1), selo (Efésios 1:13), pomba (Mateus 3:16), lâmpadas
(Apocalipse 4:5) e sopro.
4. Características Impessoais. As características impessoais
do Espírito o revelam como o poder de Deus e não como uma personalidade. O
Espírito é mencionado como sendo derramado (Isaías 32:15; 44:3; Joel 2:28; Atos
2:17; 10:45), vertido (Tito 3:5,6), soprado (João 20:22) e enchendo pessoas
(Atos 2:2-4; Efésios 5:18). Jesus foi ungido com este poder (Atos 10:38).
Homens foram batizados nele (Mateus 3:11; Atos 1:5; I Coríntios 12:13) e
beberam dele (I Coríntios 12:13). É comparado ao vento que sopra (João 3:8). O
Espírito Santo é impessoal.
5. Sem Um Nome Pessoal. O Espírito mostrasse impessoal pelo fato de não possuir um
nome pessoal. Deus é uma pessoa: Seu nome é Jeová. Nosso Salvador é uma pessoa:
Seu nome é Jesus. O Espírito não é uma pessoa, não tem nome pessoal. Se o
Espírito é uma pessoa, porque ele não tem um nome pessoal? A palavra “nome” de
Mateus 28:19 não se refere a um nome pessoal. A palavra “nome” nesse verso
significa “autoridade” ou “como um representante de”. O Espírito Santo não é
uma personalidade.
6. Nenhuma Prece Lhe é Dirigida. “O Espírito Santo não é uma
pessoa, porque em toda a Bíblia não há sequer uma oração ou canção ou
exclamação endereçada a ele; nem existe um único preceito em toda a Bíblia
autorizando tal oração ou hino” (Gifford. Op. cit. p. 172). Miles Grant
escreveu:
Outro fato importante que é
digno de nota é que em nenhum lugar nas Escrituras somos ensinados a amar,
honrar ou adorar o Espírito Santo, ou orar por sua assistência. Por que não, se
é uma pessoa, como o Pai e o Filho? (Grant,
Miles. “Positive Theology” - Boston: Advent Christian Publications Society, p.
287).
O Espírito não é mencionado nos hinos de adoração no
Apocalipse (Apocalipse 5:13; 7:10). Se o Espírito é uma terceira pessoa de
uma trindade, por que é omitida a referência a ele?
7. Não Incluído Nas Saudações Apostólicas. O poder de Deus, o Espírito,
geralmente não é mencionado juntamente com Deus e Jesus nos cumprimentos e
saudações Apostólicas nas Epístolas do Novo Testamento. O Espírito não é
mencionado em nenhuma das saudações das Epístolas de Paulo (Romanos 1:7; I
Coríntios 1:3; II Coríntios 1:2; Gálatas 1:3; Efésios 1:2; Filipenses 1:2;
Colossenses 1:2; I Tessalonicenses 1:1; II Tessalonicenses 1:2; I
Timóteo 1:2; II Timóteo 1:2; Tito 1:4; Filemom 3). Deus e Jesus são
mencionados juntos repetidamente, mas raramente o Espírito é mencionado com
eles.
Note também as palavras de abertura das epístolas escritas
pelos outros escritores (Tiago 1:1; II Pedro 1:2; I João 1:3; II João 3; Judas
1). Todos esses mencionam Deus e Jesus, mas não o Espírito. O Espírito é
mencionado em I Pedro 1:2, mas não como pessoa. Alguém notará ainda que o
Espírito não é incluído na maioria das doxologias e bênçãos. Uma passagem na
qual o Espírito é mencionado (II Coríntios 13:13) já foi considerada.
A questão se repete: Por que não
há “graça” solicitada ao Espírito Santo de Deus se ele é uma pessoa? Caso
houvesse uma junta de três pessoas, e somente houvesse menção de duas delas em
todos os relatórios, não teria a terceira ocasião para se sentir por demais
desprezada? Se Paulo soubesse de uma “terceira pessoa” de quem a graça deveria
ser recebida, por que ele não solicitou isso a seu favor, em conexão com o
Pai e Seu Filho? (Ibid. p. 288).
8. Não Mencionado Como Entronizado ou Reinando. A Bíblia apresenta Deus, o Pai,
sentado sobre Seu Trono, e Jesus de pé ou assentado à Sua mão direita. O Pai e
o Filho são juntamente associados ao julgamento e à redenção. O reino vindouro
é o reino de Deus e de Seu Cristo. Não há menção alguma do Espírito como
sendo uma pessoa ou alguém assentado sobre um trono.
9. Não se Relaciona Com o Pai como Uma Pessoa Para Outra. A relação do Espírito com o Pai
não é aquela de uma pessoa para outra. A relação do Espírito com o Pai é aquela
de um poder para uma pessoa. O Espírito é o poder de Deus. O poder de Deus não
é uma pessoa distinta de Si mesmo, nada vai além do que é o amor e a sabedoria
de Deus. O Pai e o Filho são pessoas, mas o Espírito não é uma
pessoa.
O Pai diz “Tu” ao Filho, e o Filho diz “Tu” ao Pai, mas
nenhum deles diz “Tu” ao Espírito. O Pai ama o Filho, e o Filho ama o Pai, mas
nenhum deles é mencionado amando o Espírito.
O Espírito nunca foi denominado de “o terceiro” ou “a
terceira pessoa” em qualquer circunstância. Além do mais, o Pai nunca é chamado
de “a primeira pessoa” e o Filho nunca é chamado de “a segunda
pessoa”.
10. Objeções Consideradas. Os trinitarianos afirmam, baseados em Atos 5:3,4 e II
Coríntios 3:17, que o Espírito é Deus. Eles insistem que, desde que o Espírito
está diretamente identificado com Deus, o Espírito deve ser Deus e uma
personalidade distinta. Não há nada nesses dois versos para justificar tal
afirmação. Meramente porque a Bíblia afirma que “Deus é amor” (I João 4:8,
16), ninguém está autorizado a dizer que o amor é uma personalidade
distinta do Pai e um membro de uma trindade.
O Espírito é o poder de Deus. A obra do Espírito é a obra de
Deus e Seu Filho. Quando alguém está cheio do Espírito, ele está cheio do poder
de Deus e Cristo. O fruto do Espírito é o resultado da obra de Cristo na vida
do crente através de Seu poder.
Quando a Bíblia descreve o Espírito como falando (Apocalipse
2:7), está fazendo referência à obra de Deus falando através de Seu poder.
Quando o Espírito é descrito como fazendo intercessão (Romanos 8:26,27),
refere-se à intercessão que Cristo, nosso Sumo Sacerdote, faz por nós através
de Seu poder (Romanos 8:34; Hebreus 7:25). Jesus é o nosso único intercessor. Ele é o nosso único mediador. Quando Ananias mentiu ao
Espírito Santo, ele mentiu para o Deus que operava através desse santo poder.
Quando os homens “entristecem” o Santo Espírito de Deus (Efésios 4:30), eles
entristecem o próprio Deus que opera através de Seu Santo Espírito.
O Espírito é descrito como eterno e santo porque Deus
é eterno e santo. Quando o Espírito, o poder de Deus, é representado como
tendo certas características e desempenhando certas funções, a referência é
feita ao único Deus eterno que tem essas características e faz essas
obras.
11. Os Pronomes Masculinos em Grego Não Provam Personalidade. Nosso Senhor prometeu aos Seus
discípulos que após a Sua assunção aos céus Ele lhes enviaria o poder de Deus,
o Espírito Santo. Através desse poder, Jesus continuaria Sua obra com e nos
Seus discípulos.
Esse poder foi chamado de Consolador, Paráclito, Advogado ou
Auxiliador, porque Jesus pretendia trabalhar através desse poder em favor dos
crentes. O próprio Jesus era quem seria Advogado ou Paráclito (I João 2:1). Foi
Ele que prometeu estar sempre com os discípulos (Mateus 28:20) e ser a sua
fonte de conforto e auxílio. Jesus disse: “Não vos deixarei órfãos; voltarei
para vós” (João 14:18). A obra do Espírito de Cristo como Consolador, Advogado
e Auxiliador não é nada mais do que a obra do próprio Cristo como Consolador,
Advogado e Auxiliador através daquele poder divino.
A palavra grega para Consolador Parakletos é masculina em gênero (João 14:16, 17, 26; 15:26;
16:7,8, 13-15). Então os tradutores utilizaram pronomes masculinos para se
referirem ao poder de Deus nesta porção de João, muito embora aquele poder em
si mesmo fosse neutro e impessoal. O poder impessoal de Deus foi indicado por
uma palavra masculina “Consolador” porque ia ser usado pela pessoa, Jesus
Cristo. Jesus é uma pessoa, mas o poder, o Espírito Santo, através do qual
Ele opera com Consolador, era impessoal. O uso de pronomes masculinos nos
versos citados não são indicações de personalidade.
“Espírito em grego é um
substantivo neutro e é sempre representado por pronomes neutros naquele
idioma. O Consolador em grego é um substantivo masculino e por isso é
representado por pronomes masculinos. Mas isso não prova nada a respeito
da personalidade, porque o uso de pronomes masculinos no grego não é prova
de personalidade. O grego, diferentemente do inglês, usa pronomes masculinos e
femininos com referência a coisas e qualidades, do mesmo modo que se aplica às
pessoas. Em grego, um campo é masculino, uma cidade é feminino, dor
é feminino, vinho é feminino, mas vinha é masculino, vento é masculino,
prata é masculino, mas uma moeda de prata é neutro, um número é masculino,
um escudo é feminino, etc., etc., através de todo o léxico de substantivos
gregos. O fato de que um objeto seja masculino ou feminino em grego não
é prova em absoluto de personalidade. Um substantivo neutro, entretanto,
nunca é usado em grego para denotar uma pessoa, exceto no caso de um
diminutivo, como uma criança, uma pessoa demente, ou uma pessoa considerada não
como uma pessoa, mas sim, como um objeto. Portanto, desde que o Espírito é sempre
neutro em grego não pode ser uma pessoa, e jamais pode-se fazer referência ao
Espírito como sendo ele, lhe, seu, quem, a quem; e sim, isto, que, o qual
(Gifford, Op. cit. 170-172).
A sabedoria em Provérbios é personificada e referida como
sendo ela. Isso, no entanto, não
indica que a sabedoria seja uma mulher ou uma pessoa. Não significa que ela
seja parte de um Deus triúno. O fato de que o Consolador é chamado “ele” e
“dele” não indica que seja uma personalidade.
Várias versões e traduções do Novo Testamento usam pronomes
neutros em vez de masculinos em João 14:16,17,26. Entre
essas versões estão: Edgar J. Goodspeed
The New Testament: An American Translation; J. B. Rotherham, The Emphasized Bible, e Wilson The Emphatic Diaglott. Miles Grant afirma que os três
manuscritos mais antigos do Novo Testamento, o Sinaítico, o Alexandrino, e
Vaticano, usam pronomes neutros em vez de masculinos em João 14 (Op. cit.
290-293).
Considerações adicionais sobre
a natureza de Cristo e Seu relacionamento com Deus será feito no tópico
Cristologia. Considerações adicionais sobre a natureza do Espírito será feita
no tópico Soteriologia.
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