quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Capítulo XXI - A Natureza Física do Homem


CAPÍTULO XXI
Natureza Física do Homem

A natureza física do homem consiste de dois elementos essenciais: (1) o pó da terra e (2) o fôlego de vida. A combinação do pó da terra e do fôlego de vida resulta numa alma vivente ou pessoa.

O relato histórico da formação do homem por Deus provê a chave para um entendimento da natureza física do homem. “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2:7).

I. O Pó da Terra
O homem foi feito do “pó da terra” (Gênesis 2:7). Deus disse a Adão: “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gênesis 3:19). Abraão reconheceu em humilhação que ele era “pó e cinza” (Gênesis 18:27). Davi escreveu: “Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó” (Salmos 103:14). Aquele que vem da terra é da terra” (João 3:31). “O primeiro homem, da terra, é terreno” (1 Coríntios 15:47).

A frase “o pó da terra” refere-se aos elementos químicos que constituem o corpo do homem. Deus fez todas as coisas usando várias combinações de aproximadamente uma centena de ingredientes básicos que os homens têm chamados de elementos químicos.

O nome desses são: (1) hidrogênio, (2) hélio, (3) lítio, (4) berílio, (5) boro, (6) carbono, (7) nitrogênio, (8) oxigênio, (9) flúor, (10) neônio, (11) sódio, (12) magnésio, (13) alumínio, (14) silício, (15) fósforo, (16) enxofre, (17) cloro, (18) argônio, (19) potássio, (20) cálcio, (21) escândio, (22) titânio, (23) vanádio, (24) cromo, (25) manganês, (26) ferro, (27) cobalto, (28) níquel, (29) cobre, (30) zinco, (31) gálio, (32) germânio, (33) arsênio, (34) selênio, (35) bromo, (36) criptônio, (37) rubídio, (38) estrôncio, (39) ítrio, (40) zircônio, (41) nióbio, (42) molibdênio, (43) tecnécio, (44) rutênio, (45) ródio, (46) paládio, (47) prata, (48) cádmio, (49) índio, (50) estanho, (51) antimônio, (52) telúrio, (53) iodo, (54) xenônio, (55) césio, (56) bário, (57) lantânio, (58) cério, (59) praseodímio, (60) neodímio, (61) promécio, (62) samário, (63) európio, (64) gadolíneo, (65) térbio,(66) disprósio, (67) hólmio, (68) érbio, (69) túlio, (70) itérbio, (71) lutécio, (72) háfnio, (73) tântalo, (74) tungstênio, (75) rênio, (76) ósmio, (77) irídio, (78) platina, (79) ouro, (80) mercúrio, (81) tálio, (82) chumbo, (83) bismuto, (84) polônio, (85) astato, (86) radônio, (87) frâncio, (88) rádio, (89) actínio, (90) tório, (91) protactínio, (92) urânio, (93) netúnio, (94) plutônio, (95) amerício, (96) cúrio, (97) berquélio, (98) califórnio, (99) einstênio, (100) férmio, (101) mendelévio.

O corpo do homem é composto de quinze desses elementos químicos: hidrogênio, carbono, nitrogênio, oxigênio, flúor, sódio, magnésio, silício, fósforo, enxofre, cloro, potássio, cálcio, ferro e iodo. (Algumas autoridades incluem manganês).

Uma análise química do corpo do homem revela que ele consiste de 72 partes de oxigênio, 13,5 partes de carbono, 9,1 partes de hidrogênio, 2,5 partes de nitrogênio, 1,3 partes de cálcio, 1,15 partes de fósforo e pequenas partes de potássio, enxofre, sódio, cloro, magnésio, ferro, silício, iodo e flúor. Os primeiros seis elementos listados neste parágrafo compõem, portanto, mais de noventa e nove por cento do corpo do homem.

Esses elementos químicos são encontrados no solo em vários compostos. Eles são absorvidos pelas plantas, onde, pela ação química, são preparados para serem assimilados pelo corpo do homem. Quando o homem ingere os alimentos, alguns desses elementos se incorporam em sua natureza física. Dessa forma, o crescimento humano se torna possível.

Depois da morte, o corpo do homem se decompõe e os elementos químicos retornam à terra. “És pó, e em pó te tornarás” (Gênesis 3:19). “O homem voltaria para o pó” (Jó 34:15). “Sai-lhes o espírito, e eles tornam para sua terra” (Salmos 146:4). “Se lhes tiras a respiração, morrem e voltam ao próprio pó” (Salmos 104:29). “Todos vão para um lugar; todos são do pó, e todos ao pó tornarão” (Eclesiastes 3:20). “E o pó volte à terra, como era” (Eclesiastes 12:7).

II. O Fôlego de Vida
O homem formado do pó era inanimado até que recebeu vida de Deus. “O Senhor Deus... soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2:7).

O fôlego de vida é a força vital que habilita o funcionamento do corpo humano. As obras notáveis do cérebro e do sistema nervoso do homem são possíveis porque essa força vital divinamente outorgada está constantemente presente em seu corpo.

O fôlego de vida está intimamente associado com o oxigênio que o homem inala. O oxigênio é indispensável para a vida animal e humana. Sem ele, o homem não pode viver. O oxigênio entra na corrente sanguínea através dos pulmões. A corrente sanguínea circula constantemente devido ao batimento do coração, carregando oxigênio para todas as células do seu corpo. Não é surpresa pra ninguém, portanto, que o Senhor tenha dito a Moisés: “A vida da carne está no sangue” (Levítico 17:11, 14).

Quando o homem morre, seus pulmões param de funcionar, seu coração deixa de bater, seu sangue já não circula mais. O fôlego de vida deixou o seu corpo. Seu cérebro e sistema nervoso são inabilitados ao funcionamento. Ele está sem consciência. Ele está morto.

A Bíblia inglesa às vezes se refere ao fôlego de vida do homem como seu espírito. O espírito do homem é o seu fôlego de vida. Espírito é traduzido das palavras hebraicas ruach e neshamach e da palavra grega pneuma. Pneuma é, em grego, o que ruach é em hebraico. Espírito significa ar, sopro, vento, poder, animação ou a manifestação de um poder. As palavras “pneumonia” e “pneumático” são derivadas da palavra grega “pneuma”.

A obra Concordância Analítica, de Young, revela que a palavra hebraica ruach é traduzida como “fôlego” 28 vezes, “vento” 90 vezes, “espírito” 232 vezes e uma ou mais vezes como “ar”, “sopro”, “tempestade”, “vento”, etc.

A obra The Emphatic Diaglott afirma: “Espírito tem quatro significados: (1) representa primariamente o ar que respiramos; (2) denota um ser, como os anjos; (3) representa a influência vinda de alguém; (4) denota um estado de sentimentos”.

O homem recebe seu fôlego de vida, ou espírito, do poder de Deus, o Espírito Santo (Jó 33:4; 27:3). Os animais também têm fôlego de vida (Gênesis 7:21, 22). O fôlego do animal é o mesmo do homem (Eclesiastes 3:19). Na morte, o fôlego de vida do homem retorna ao seu Doador (Salmos 104:29, 30; 146:4; Eclesiastes 12:7; Jó 34:14, 15).

O fôlego de vida do homem, ou espírito, não é um ser ou uma entidade em si mesmo. Ele habilita a mente do homem a trabalhar, mas não possui uma mente independente do cérebro humano. O fôlego de vida faz funcionar o cérebro e o sistema nervoso, mas não tem habilidade para pensar, sentir ou decidir por si mesmo.

O fôlego de vida não é algo que tenha consciência fora do corpo humano. Na morte, o fôlego de vida deixa o corpo do homem. “Sai-lhes o espírito, e eles tornam para a sua terra, naquele mesmo dia, perecem os seus pensamentos” (Salmos 146:4). Quando o espírito deixa o corpo do homem, ele segue sendo a força impessoal e inconsciente de Deus, que faz com que o homem viva. O cérebro e o sistema nervoso do homem são partes de seu corpo. Eles são enterrados na sepultura e retornam à terra.

Quando o fôlego de vida deixa o seu corpo, o homem está morto. Quando seu cérebro e sistema nervoso são separados dessa força vital que permite o seu funcionamento, o homem se torna inconsciente. “Naquele mesmo dia, perecem os seus pensamentos”.

III. O Homem é uma Alma Vivente
O corpo do homem formado do pó da terra e animado pelo fôlego de vida (espírito) constitui uma alma vivente. Leia Gênesis 2:7 outra vez: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego de vida; e o homem foi feito alma vivente”. A palavra “alma”, nesse verso, significa criatura ou ser. Muitos tradutores da Bíblia colocam assim este verso: “Adão se tornou um ser vivente”. (Veja a tradução da Bíblia de Jerusalém; Nova Versão Internacional, Nova Tradução na Linguagem de Hoje, etc.) Dizer que uma pessoa é uma alma é dizer que ela é uma criatura. Em outras palavras, Adão se tornou uma criatura vivente.

A existência da criatura vivente requer a união do corpo formado do pó e do fôlego de vida. A equação da criação é a seguinte: Corpo formado do pó da terra mais fôlego de vida é igual a uma criatura vivente. Antes de Adão receber o fôlego de vida, ele era uma criatura (alma) inanimada. Depois que recebeu o fôlego de vida, ele era uma criatura (alma) vivente. Quando ele morreu, o fôlego de vida deixou seu corpo, ele se torna uma criatura (alma) morta.

1. Significado da palavra “Alma”. As palavras traduzidas como “alma” na Bíblia significam primariamente vida e secundariamente a criatura que possui aquela vida.

A palavra “alma” é traduzida da palavra hebraica nephesh e da palavra grega psuche. Essa palavra hebraica ocorre 752 vezes no Velho Testamento e é traduzida de 44 formas diferentes. As palavras inglesas usadas na tradução de “nephesh” revelam que seu significado primário é criatura, pessoa, homem, vida, e vidas. A palavra grega “psuche” ocorre 105 vezes no Novo Testamento. Ela é traduzida como “alma” 58 vezes, “vida” e “vidas” 40 vezes, “mente” 3 vezes, e “você”, “nós”, “coração” e “sinceramente” uma vez cada.

Psuche no grego significa o mesmo que nephesh no hebraico. Esse fato pode ser provado comparando as seguintes escrituras: Mateus 20:28; Isaías 53:10: Atos 2:27 e Salmos 16:10; Romanos 11:3 e 1 Reis 19:10.

Esta palavra hebraica nephesh (com seu equivalente psuche no grego e sua forma representativa no latim anima, da qual deriva nossa palavra animal) denota vida animal ou fôlego animal em oposição àquela vida superior, da qual nós teremos ocasião para falar posteriormente, a qual é dada no novo nascimento; e então, por metonímia, o próprio animal, seja besta ou homem, que vive pelo fôlego; inclui a pessoa por completo, bem como o pronome pessoal para o qual é frequentemente usada. Quando qualificada pelo adjetivo vivente, esta pessoa é uma alma vivente ou pessoa, e quando qualificada pelo adjetivo morta, como está pelo menos meia dúzia de vezes na escritura, que a pessoa é “uma alma morta”... As palavras hebraicas neshamah e ruach e a palavra grega pneuma, significando aquele ar vital ou fôlego que dá vida, nunca são usadas como sinônimos das palavras nephesh e psuche. Elas são distintas tanto quanto a causa é distinta do efeito. É a inspiração deste sopro vital que permite ao corpo sem vida tornar-se uma alma vivente (Pettingell, J. H. The Unspeakable Gift. Yarmouth, Maine; I. C. Wellcome, 1887, pp. 129, 130).

2. Animais Designados como Almas. As palavras hebraica e grega traduzidas por alma são aplicadas aos animais assim como aos homens. Essas palavras referem-se à vida que ambos possuem, animais e homens. Alguns destes versos são: Gênesis 1:20, 21, 24; Gênesis 2:19; 9:10, 16; Levítico 11:46; Números 31:28; Provérbios 12:10; Ezequiel 47:9; Apocalipse 8:9; 16:3.

Os homens não são animais, é obvio. Eles são superiores aos animais em muitos fatores importantes. Como disse Dean Alford, portanto, em seu comentário sobre Adão se tornar alma vivente: “A diferença, qualquer que seja, entre ele e as outras criaturas viventes, não está declarada neste termo” (Citado por Pettingell).

3. A Alma do Homem é Mortal. A alma nunca é mencionada na Bíblia como sendo “imortal”, “imperecível”, “eterna”. A alma é mortal. Está sujeita à morte e destruição. Pode ser assassinada. Pode morrer. O fato de que a alma pode morrer prova que ela não é imortal. A doutrina da imortalidade da alma não tem suporte na escritura.

Levítico 23:30                     Aquela alma eu destruirei
Josué 10:35                          Toda alma que nela havia destruiu
Salmos 22:29                       Ninguém conserva viva sua própria alma (KJV)
Salmos 78:50                       Não poupou a alma deles à morte
Salmos 89:48                       Que livre a sua alma do poder do mundo invisível
Jeremias 18:20                    Cavaram uma cova para a minha alma
Ezequiel 18:4                       A alma que pecar, essa morrerá
Ezequiel 22:27                     Para destruírem as almas
Apocalipse 16:3                   Morreu no mar toda alma vivente

Quando Jesus disse: “Que daria o homem pelo resgate da sua alma?”, ele referia-se à vida do homem. A alma de Cristo era sua vida. A alma de Cristo morreu. Ele deu a Sua vida em sacrifício”. “Quando a sua alma se puser por expiação do pecado” (Isaías 53:10). “Ele derramou a sua alma na morte” (Isaías 53:12). “A sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção” (Atos 2:31). Isso mostra que Cristo não tinha uma alma imortal. Se Jesus fosse imortal, ele não poderia ter morrido. Aquele que é imortal não pode morrer. Jesus derramou a sua alma ou vida na morte. Ele estava inconsciente na morte até que Deus o levantou para a imortalidade.

A alma do homem, portanto, refere-se ao próprio homem e à vida que ele possui. A alma não é uma entidade distinta do próprio homem. Ela não tem consciência separada do corpo do homem. A alma é mortal. A alma, referindo-se ao homem como criatura, vai para a sepultura na morte. Ela pode ser completamente destruída e será destruída na segunda morte se a pessoa não for cristã.

IV. O Homem é Uma Unidade
O homem é uma unidade. A sua natureza física é una e indivisível. A união do corpo do homem e do fôlego de vida formam uma unidade vivente. A unidade vivente é uma pessoa vivente tendo uma multiplicidade de qualidades. Ela possui muitos poderes e habilidades. Ela pode fazer muitas coisas diferentes. Ela pode pensar, sentir e escolher. Ela tem uma consciência e possui caráter. Sua personalidade, entretanto, é um todo indivisível.

A natureza mental e física do homem não são duas entidades separadas dentro do indivíduo. Elas estão ligadas entre si. Elas formam duas partes inseparáveis de uma unidade. A natureza mental, na verdade, é uma parte da natureza física. A mente do homem resulta do funcionamento de seu cérebro. Sem um cérebro o homem não pode possuir uma mente. O cérebro é uma parte do corpo do homem, sua natureza física. O pensamento, a parte consciente do homem, portanto, resulta do funcionamento da parte física do homem. O homem é uma unidade.

É impossível ter consciência sem vida, ou ter vida sem um organismo para sua recepção... Assim como não pode ter amor sem amante, pensamento sem um pensador, pecado sem pecador, também não pode haver vida sem um organismo físico, no qual ela esteja contida (Grant, Liles. Positive Theology. Boston: Advent Christian Publication Society, p. 62).

Partindo desses fatos, pode-se facilmente reconhecer que o homem não tem consciência ou vida sem a união do corpo e do fôlego de vida. Se o fôlego de vida é removido, o corpo do homem cessa o funcionamento. Ele se torna sem vida e inconsciente. Ele está morto. O cérebro e sistema nervoso são partes do corpo. Na morte, o cérebro e o sistema nervoso param de trabalhar. “Naquele mesmo dia, perecem os seus pensamentos” (Salmos 146:4). “Os mortos não sabem coisa nenhuma” (Eclesiastes 9:5). A consciência do homem, portanto, é dependente do funcionamento do seu corpo. Sem um cérebro, que é parte de seu corpo, o homem não pode pensar. Sem o sistema nervoso, ele não pode sentir. “Tudo o que vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma” (Eclesiastes 9:10). Não há uma parte do homem que possa existir separada do resto de si mesmo.

Será observado que vida é tudo o que foi adicionado ao homem depois da sua criação para fazê-lo uma ‘alma vivente’ ou homem; e, consequentemente, tudo o que lhe é retirado na morte. Ele estava perfeitamente formado, tendo olhos, ouvidos, boca, mãos, pés, pulmões, coração, artérias, veias, nervos, músculos e cérebro; mas essa maravilhosa formação, na semelhança do seu Criador, era inútil e impotente sem vida; assim como seria um poço sem água, um veleiro sem vento, ou um navio a vapor sem vapor; mas ninguém chama a água de poço d’água, o vento de veleiro, ou o vapor de navio a vapor. Quando a água é retirada do poço, não dizemos que o poço acabou; quando acaba o vento, não dizemos que o veleiro se foi; nem quando o vapor é removido, que o navio à vapor se acabou. Porque então dizer que o homem se foi para recompensa ou punição, quando apenas a sua vida foi retirada? Depois de uma pesquisa cuidadosa, eu não pude encontrar qualquer prova na Bíblia, fatos da ciência, psicologia, os princípios eternos de pura razão, ou senso comum, para mostrar que algo mais deixa o homem na morte além da vida, expressa pelas palavras hebraicas nephesh; ruach e n’sha–mah; e no grego por psuche, zoe e pneuma; e em inglês por “alma”, “espírito” e “fôlego”(Grant, Miles. Ibid, pp. 265, 266).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Escreva, escrever é dar vida ao seu pensamento