segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Capítulo XXII - Falsas Teorias a Respeito da Natureza do Homem

Capítulo XXII - Falsas Teorias a Respeito da Natureza do Homem

Como temos observado, a Bíblia claramente ensina que o espírito é o fôlego de vida do homem, a força vital proveniente de Deus. A alma é o próprio homem e a vida que ele possui. Além disto, a Palavra de Deus apresenta abundante testemunho de que nem o espírito nem a alma são personalidades conscientes que possam existir fora do corpo do homem. Nós já consideramos que o homem é uma unidade, que nenhuma parte do homem continua a viver depois que ele morre. Todos os homens são mortais; tudo no homem é mortal. Entretanto, as religiões do paganismo e a teologia pervertida da cristandade tem formulado muitas falsas teorias com respeito à natureza física do homem.

I. Identidade Incorreta de Espírito e Alma
O paganismo e a cristandade ensinam que o homem tem uma natureza material e uma natureza imaterial. Eles dizem que a natureza material do homem é mortal, mas a sua natureza imaterial é imortal; sua natureza material morre e retorna ao pó, mas a sua natureza imaterial continua a viver depois da morte. Estes teólogos descrevem o corpo humano como uma casa temporária ou prisão na qual a natureza imaterial habita. De acordo com eles, a natureza imaterial usa o corpo para se expressar, mas não é dependente do corpo para ter uma vida consciente. Os teólogos escolheram as palavras “espírito”  e “alma” para designar a personalidade imaterial, imortal, a qual eles asseguram que o homem possui. A aplicação deles para estas palavras portanto, é completamente diferente da forma como elas foram usadas pelos  escritores da Bíblia. De acordo com a Bíblia, o homem não tem uma natureza imortal ou imaterial. “Espírito” refere-se ao fôlego de vida do homem, e “alma” refere-se ao próprio homem e a vida que possui.

II. Falsa Teoria Sobre Sua Natureza
Os teólogos não só identificam incorretamente as palavras  “espírito” e “alma”, como também afirmam falsamente que o espírito e a alma são imortais. Eles declaram que é impossível para o homem ter sua alma ou espírito destruído. De acordo com eles, o homem não pode morrer; a morte é uma mera mudança de residência para a natureza imaterial do homem.  Eles ensinam que a natureza imaterial desencarnada vai para um lugar de tortura sem fim ou um lugar de felicidade eterna.

De acordo com a Bíblia, o homem não tem uma natureza imaterial que pode viver fora de seu corpo. O homem é totalmente mortal; nenhuma parte do homem é imortal atualmente. A Bíblia nunca descreve o espírito ou alma como  “imortal”, “imorredoura” ou “eterna”.

III. Teorias da Dicotomia e da Tricotomia
Duas falsas teorias distintas a respeito do tema da natureza física do homem são sustentadas pelos teólogos da cristandade. Estas são: a) teoria da dicotomia, e b) teoria da tricotomia. Estes dois termos são derivados das palavras gregas: “temno”, cortar; “dicha”, em dois ; e “tricha”, em três.

1. A Teoria da Dicotomia. Os adeptos desta teoria acreditam que a natureza humana consiste de duas partes, chamadas de corpo e espírito. Eles afirmam que a alma e o espírito referem-se à mesma substância imaterial observada de dois pontos de vista.

2. A Teoria da Tricotomia. Os defensores desta teoria declaram que a natureza do homem consiste de três partes chamadas de corpo (soma), alma (psuche) e espírito (pneuma).

Ambas as teorias estão baseadas sobre a falsa hipótese de que o homem tenha uma natureza imaterial que continue a viver após a morte. De acordo com a Bíblia, o homem consiste do pó da terra e do fôlego de vida (pneuma) resultando numa criatura vivente (psuche). O homem é uma unidade vivente. Nenhuma parte do homem continua viva depois que ele morre.

IV. Teorias sobre a Origem da Alma
Três teorias principais foram desenvolvidas para explicar a origem da “alma” (referindo-se a uma entidade imortal e imaterial que os teólogos afirmam existir dentro do homem). A verdade é que não há uma entidade imortal dentro do homem. Falar da origem da alma portanto, é falar da origem de algo que não existe. É como falar da origem de fantasias não existentes como duendes e fantasmas. O que não existe não pode ter uma origem.

1. Teoria da Pré-existência. De acordo com esta teoria, o homem possui uma natureza imaterial e imortal que existiu antes dele ter nascido e continuará existindo após a sua morte. Este pensamento tem um certo parentesco com a teoria da reencarnação. A pré-existência da alma foi defendida por Platão (427- 347a.C. ), Fílon, o Judeu (20 a.C.  - 54d.C.) e Orígenes ( 185-254 d.C.).

2. Teoria da Criação. De acordo com esta teoria, a alma de cada ser humano é instantaneamente criada por Deus e unida ao corpo. Alguns creem que a alma se une ao corpo na concepção; outros, no nascimento; e outros ainda, em algum momento entre estes dois eventos. O homem recebe seu corpo de Adão através da propagação natural; ele recebe sua alma diretamente de Deus.

Esta teoria foi defendida por Aristóteles, Jerônimo, Pelágio, Anselmo, Tomás de Aquino e a maioria dos teólogos católicos romanos e reformados. Esta teoria foi sustentada por João Calvino, Charles Hodge e Louis Berkhof.

3. Teoria Traduciana. Os adeptos desta teoria acreditam que a alma do homem, assim como seu corpo, são recebidos de Adão por geração natural, que Deus criou a completa raça humana em Adão, e que o corpo e a alma do homem são transmitidos dos pais para os filhos. Esta teoria foi sustentada por Tertuliano, Gregório de Nissa, Martinho Lutero, teólogos luteranos, Jonathan Edwards, Hopkins, Henry B. Smith, W. G. T. Shedd, A. H. Strong e outros.


Todas as três teorias são falsas. O homem não tem uma natureza imaterial que continua viva após a morte. Ele recebe de seus pais a vida total. Quando o homem morre seu fôlego de vida retorna a atmosfera e para Deus que o deu; seu corpo retorna para o pó da terra. Na morte o homem está inconsciente; ele não tem conhecimento da passagem do tempo. Os ateus declaram que a morte é o fim de tudo. A Bíblia ensina que a presente morte é apenas temporária. Os cristãos ressuscitarão para a imortalidade e a vida eterna na volta de Cristo. Os não-cristãos serão ressuscitados na última ressurreição para julgamento. Os pecadores serão destruídos na segunda morte, que será permanente.

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