Parte Dois
ANTROPOLOGIA
Capítulo XIX
A
Origem do Homem
Cada
geração deriva sua existência de uma geração precedente. O homem hoje recebe
vida de seus pais, dois seres humanos que já possuem vida. Cada geração
constitui um elo adicional na longa corrente de transmissão da vida de pais
para filhos. Esse é um processo eterno? A raça humana teve uma origem?
Sim,
o homem teve uma origem. Nem sempre ele existiu. Houve um tempo em que não
havia homens vivendo sobre a Terra. A espécie humana teve um princípio definido
no passado. Houve um elo original na corrente da vida humana. Num dado momento,
ganharam vida o primeiro homem e a primeira mulher.
Qual,
então, foi a origem do homem? De onde veio a raça humana? Como começaram as
espécies humanas?
I. A
Criação do Homem por Deus
A
Bíblia claramente ensina que o homem deve sua origem a Deus. “E criou Deus o
homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gênesis
1:27). Deus fez duas pessoas, Adão e Eva, que se tornaram os progenitores de
toda a raça humana. Adão e Eva receberam a vida de Deus. Através deles, a vida
humana foi transmitida a todas as gerações posteriores.
O
homem não resultou de qualquer “lenta operação de causas naturais não
inteligentes e da variação acidental da natureza”. A raça humana não foi
produzida por nenhum processo de desenvolvimento das formas de vida inferiores.
O homem resultou de um ato criativo particular e direto de Deus.
O
relato histórico da origem do homem está registrado nos dois primeiros
capítulos de Gênesis. O primeiro estabelece o fato da criação do homem; o
segundo descreve a maneira de sua criação. O primeiro capítulo apresenta um
majestoso resumo da criação do universo por Deus, com o homem sendo criado no
sexto dia. O segundo apresenta uma explanação detalhada da formação do homem. O
primeiro capítulo anuncia que Deus criou a raça humana. O segundo explica como
Deus criou o primeiro homem e a primeira mulher.
A
criação do homem por Deus é descrita em Gênesis 2:7: “E formou o Senhor Deus o
homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego de vida; e o homem foi
feito alma vivente”.
A
formação da primeira mulher é descrita em Gênesis 2: 21, 22: “Então, o Senhor
Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas
costelas e cerrou a carne em seu lugar. E da costela que o Senhor Deus tomou do
homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão”.
O
fato de que Deus criou o homem é apresentado repetidamente na Bíblia. “Deus
criou o homem sobre a Terra” (Deuteronômio 4:32). “Lembra-te do teu criador”
(Eclesiastes 12:1). “Ajoelhemos diante do Senhor que nos criou” (Salmos 95:6).
“Foi Ele que nos fez” (Salmos 100:3). Jó escreveu: “O Espírito de Deus me fez,
e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida” (Jó 33:4). Deus disse: “Eu fiz a
Terra e criei nela o homem” (Isaías 45:12). Jesus ensinou: “No princípio, o
criador os fez macho e fêmea” (Mateus 19:4). Paulo declarou: “Sendo nós, pois,
geração de Deus” (Atos 17:29). O ensino uniforme em toda a Bíblia está em
perfeito acordo com o relato de Gênesis sobre a origem do homem. Aquele que
rejeita o relato da criação no Gênesis rejeita um ensino básico da Bíblia como
um todo.
O
homem existe porque Deus o criou e lhe deu a vida. O homem foi criado não
porque quisesse ser criado, mas porque Deus desejou criá-lo. “Porque tu criaste
todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Apocalipse 4:11). O
propósito da existência do homem repousa no coração e na vontade de Deus.
O
homem ocupa a mais alta posição entre as criaturas da Terra. Ele é superior ao
reino animal, vegetal e mineral. Tendo sido criado depois de todas as
criaturas, ao homem foi dada a posição de senhorio sobre a Terra (Gênesis
1:26-28; 9:2; Salmos 8:6-8; 115:16). O redimido experimentará os benefícios
completos do senhorio do homem sobre a natureza no futuro reino de Cristo
(Hebreus 2:6-10). Cristo será Rei dos reis, governando sobre a Terra. Ele
exercerá completo controle sobre toda a natureza. Seu futuro reino na Terra
será universal em extensão e eterno em duração. Os redimidos serão coerdeiros
com Ele.
II.
A Teoria da Evolução
A
mais predominante das falsas teorias a respeito da origem do homem é a
evolução. De acordo com essa teoria, o homem resultou de um processo de
desenvolvimento de formas inferiores de vida. Alguns evolucionistas acreditam
que o homem evoluiu de um macaco antropoide já existente. Eles afirmam que cada
raça humana evoluiu de uma diferente variedade de macaco. Eles sugerem que a
raça amarela evoluiu do orangotango, a raça negra do gorila e a raça branca do
chimpanzé. Muitos evolucionistas, entretanto, acreditam que o homem moderno e
os macacos antropoides existentes hoje evoluíram de um único animal ancestral
que está agora extinto.
Certos
elementos da teoria da evolução foram estabelecidos por Lamarck (1744- 1829) na
sua obra Philosophie Zoologique. A
teoria foi desenvolvida por Charles Darwin (1809–1882). Suas duas obras famosas
são “A origem das espécies” (1859) e “A descendência do homem” (1871).
O
problema da origem do homem é apenas uma das preocupações da evolução. Essa
teoria é usada para explicar a origem e o desenvolvimento de todos os seres
vivos. Evolucionistas creem que todos os seres viventes tiveram sua origem numa
única massa de protoplasma ou num vapor ardente. Eles creem que todos os
organismos, vivos ou extintos, tiveram origem nessa partícula original de vida
através da lenta operação de causas naturais e variação acidental.
De
acordo com essa hipótese, novas espécies de plantas e animais foram originadas
e perpetuadas por um processo de seleção natural e de sobrevivência do mais
adaptado. As plantas e os animais produziram descendência com variações. As
variações eram acidentais e imprevisíveis. Aquelas plantas e animais que
apresentavam fracas características de adaptação aos seus ambientes foram
extintas. Somente o mais adaptado sobreviveu. Aqueles que se adaptaram melhor
ao seu ambiente sobreviveram e transmitiram qualidades especiais que
acidentalmente adquiriram de seus antepassados. A geração sobrevivente era tão
diferente dos pais que era presumível o surgimento de novas espécies. As novas
espécies eram mais complexas e avançadas que seus predecessores. Elas evoluíam
constantemente para formas de vida superiores. Supõe-se que depois de milhões
de anos nesse processo, a frágil partícula original da vida foi sendo
transformada de espécie em espécie na escala evolucionária até o macaco
antropoide, resultando finalmente no homem.
Os
quatro argumentos geralmente utilizados pelos evolucionistas para ensinar que o
homem evoluiu de animais ancestrais são: (1) Anatomia comparativa, em algumas
particularidades os corpos dos animais e homens são similares; (2) Órgãos
rudimentares, órgãos internos do homem; como o apêndice vermiforme que parece
inútil hoje pode ter sido útil para os animais ancestrais do homem; (3)
Embriologia, supõe-se que a criança humana ainda não nascida passa por vários
estágios animais que representariam certos animais, como peixe e réptil. (4)
Paleontologia, fósseis remanescentes de homens ancestrais supostamente indicam
um ancestral animal do homem.
A evolução não é verdadeira. É uma
hipótese falsa. Nunca foi verificada mediante fatos. Não pode ser provada. A
evolução, adotada por muitos cientistas como uma teórica válida, é em si mesma
anticientífica. A evolução é rejeitada por muitos cientistas.
A
falsa premissa, sobre a qual a evolução está baseada, é a suposição de que uma
espécie pode se transformar em outra. No entanto, as espécies de plantas e
animais são fixas. Elas constituem círculos que nunca se rompem. Deus criou
cada planta e cada animal “conforme a sua espécie”. Uma espécie não pode ser
transformada numa outra espécie.
É
verdade que alguém pode observar variação e mudança nas características
externas de plantas e animais dentro da mesma espécie. O grau de variação entre
gerações é determinado, porém, por certas características que as espécies
herdaram dos pais. Pode haver variação de adaptação entre os seres vivos dentro
do mesmo círculo de espécies, mas a vida não pode passar de um círculo para
outro. Deus estabeleceu na criação fronteiras com limites fixos entre cada
espécie básica de plantas e animais. Existe um abismo fixo entre os reinos
animal e vegetal e entre o reino animal e a raça humana. Sobre essas linhas
divisórias, o processo de evolução jamais poderá cruzar. Os botânicos têm
produzido rosas de quase todas as cores, tamanhos e formas imagináveis, mas
eles não podem transformar uma rosa em outra planta. Entomologistas fazem
experiências com insetos, produzindo-os de forma a exibir várias características, mas eles nunca estarão aptos
a evoluir um inseto de uma espécie para outra espécie.
Dr.
Wilbur M. Smith cita o relato do geneticista vegetal sueco, Heribert Nilson,
sobre a imutabilidade das espécies.
“O indivíduo é constituído por unidades hereditárias… chamadas
genes, os quais são supremos e imutáveis como os átomos da química... A
variação é causada pela recombinação dos genes, não pela sua mudança. A
variação é, portanto, restrita pelas possibilidades de combinação dos genes. E
estes estão limitados pelas possibilidades de cruzamento. Então novamente,
desde que indivíduos pertencentes a diferentes espécies de plantas e animais
não podem acasalar, muito menos produzir descendentes, a combinação de
variações está confinada à espécie. Variantes são formadas, cruzadas e se
levanta uma sequência caleidoscópica dentro da espécie. Mas as espécies
permanecem na mesma esfera de variação. As várias espécies permanecerão como
círculos que não se cruzam. Espécies
são constantes” (Smith, Wilbur M.
Therefore, Stand, Boston: W. A. Wilde Co., 1946, pp. 570, 571).
Dr.
A. H. Strong escreveu:
O espaço entre o macaco inferior e o gorila superior é repleto
de inumeráveis gradações intermediárias. O espaço entre o homem inferior e o
homem superior está também repleto de muitos tipos em tonalidades próximas um
do outro. Mas o espaço entre o gorila superior e o homem inferior é
absolutamente vazio, não existem tipos intermediários; não foram encontrados
elos de conexão entre o macaco e o homem (Op. cit., p. 471).
Não existem graduações intermediárias entre o macaco e o
homem. Huxley, na obra Man’s Place in Nature, p. 94, nos conta que o mais baixo
gorila tem uma capacidade do crânio em 24 polegadas cúbicas, enquanto o maior
gorila tem 34,5. Em contrapartida, o homem inferior tem uma capacidade de
crânio de 62; embora homens com menos de 65 sejam invariavelmente idiotas; o
homem superior tem 114. Professor Burt G. Wilder da Universidade de Cornell: “O
maior cérebro de macaco é somente a metade do tamanho do menor cérebro humano
normal (Ibid, p. 470).
Mesmo
que o argumento da anatomia comparativa
seja considerado, o fato de existir certa similaridade com relação ao corpo dos
homens e animais, não indica que animais são ancestrais dos homens. Semelhança
estrutural não é prova de relação genética. A semelhança revela a obra
unificada e harmoniosa de um criador. A estrutura do átomo é similar à
estrutura planetária do sistema solar. Toda a criação evidencia a obra de uma
mente, um arquiteto divino.
As
assim chamadas rudimentares ou glândulas de vestígio, as quais por anos foram
consideradas inúteis e restos atrofiados do animal ancestral do homem, agora
sabe-se que são partes vitais do corpo do homem. A glândula pituitária, por
exemplo, foi listada certa vez pelos evolucionistas como um vestígio, uma
glândula inútil. Agora aquela glândula é reconhecida como sendo de extrema
importância. Toda glândula e órgão foi designada para um uso específico. A
falha do homem em descobrir esse propósito não indica que sejam inúteis.
A
similaridade com vários animais no estágio embrionário não prova que eles
tenham relação genética. Isso não provê evidência de que o homem teve um
ancestral animal. Além disso, os paleontologistas não descobriram nenhum fóssil
remanescente que prove um elo, a conexão entre homens e animais.
Evolucionistas ateístas creem que o
material original do qual a presente ordem dos seres vivos evoluiu não foi
criado. Eles acreditam que a matéria é eterna e que a vida originalmente veio a
existir através de algum processo químico desconhecido.
Evolucionistas teístas acreditam que
Deus criou a partícula original da vida, mas declaram que a evolução é o método
pelo qual todas as espécies de criaturas alcançaram sua atual existência.
Ambas
as teorias da evolução são falsas. O homem não evoluiu a partir dos animais,
nem através dos animais. Ele resulta de um ato particular e direto de Deus.
III.
Outras Teorias Sobre a Origem do Homem
1. Eternidade da Matéria. Os homens que
acreditam na eternidade da matéria asseguram que o universo não teve origem.
Eles dizem que a matéria sempre existiu e é autoevolutiva. De acordo com essa
teoria, o universo material contém tudo que haveria de necessitar e passa por
estágios de desenvolvimento de acordo com certas leis eternas. O homem,
sustenta essa teoria, é resultado desse processo de desenvolvimento.
2. Geração Espontânea. Geração
espontânea, também conhecida como “abiogenesis”,
é a teoria que a terra reteve em si os germes de vida de todas as criaturas
viventes, e quando as circunstâncias se tornaram favoráveis, a terra
espontaneamente produziu plantas, animais e homens. Richard Owen e H. C.
Bastian estão entre aqueles que defenderam essa teoria.
3. “Emanação”. O panteísmo afirma que o
universo, incluindo o homem, é da mesma substância de Deus, que o universo é
meramente uma projeção da existência de Deus, e que o homem e o universo são
partes de Deus. Essa teoria é falsa. Deus tem existência independente de suas
criaturas. O homem é uma criatura de Deus; ele não é uma projeção da própria
existência de Deus.
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