terça-feira, 15 de março de 2016

Capítulo V - Teorias Antiteístas


Capítulo V
Teorias Antiteístas
    
Em oposição aos fatos verdadeiros revelados na Palavra de Deus, os homens têm formulado muitas teorias falsas a respeito de Deus e do universo. Todas as teorias que negam os fatos afirmados pelo teísmo escritural são antiteísticas.

Originalmente, a raça humana era monoteísta. O Homem adorou o único e verdadeiro Deus e conheceu os fatos que Ele lhes revelou a respeito de Si mesmo. Através do pecado, entretanto, o homem virou as costas para Deus e degenerou-se na escuridão do paganismo. O homem caído mudou a glória de Deus em idolatria (Romanos 1:21-23) e mudou a verdade de Deus para mitologia (Romanos 1:25). Vivendo na escuridão, separado de Deus, o homem formulou várias teorias antiteístas na intenção de explicar o significado da existência.

Algumas das principais teorias antiteístas que nós podemos considerar são ateísmo, agnosticismo, panteísmo, politeísmo e deísmo.

Os fatos verdadeiros do teísmo cristão e as falsas teorias antiteísticas são demonstradas na tabela a seguir.

Fatos Teísticos                              Teorias Antiteísticas
Existência de Deus                          Ateísmo
Autorrevelação de Deus                Agnosticismo
Autoexistência de Deus                 Panteísmo
Personalidade de Deus                  Materialismo
Monoteísmo                                      Politeísmo
Unidade Simples de Deus             Trinitarianismo, Triteísmo
Providência de Deus                       Deísmo

I. Ateísmo  
O ateísmo nega a existência de Deus. Ateísmo é o oposto do teísmo. O Homem foi criado e é normal para ele acreditar na existência de Deus. O ateísmo é anormal.

O ateísmo, de acordo com sua etimologia, significa uma negação da existência de Deus. Era aplicado pelos gregos antigos a Sócrates e outros filósofos, para indicar que eles falharam em aceitar a religião popular. No mesmo sentido, foi aplicado aos primeiros cristãos. Desde que o uso do termo Teísmo foi definitivamente fixado em todas as línguas modernas, o Ateísmo necessariamente ocupa a posição de negação da existência de um Criador pessoal e Governante Moral. Muito embora a fé em um Deus pessoal seja resultado do reconhecimento espontâneo do Deus que se manifesta de forma consciente e nas obras da natureza, o ateísmo ainda é possível como um estado anormal de consciência induzida pela especulação sofisticada ou pela tolerância de paixões pecaminosas, é possível precisamente como um idealismo subjetivo (Hodge, A. A. Outlines of Theology. Grand Rapids: Eerdmans, 1949, pp. 46, 47).


Existem dois tipos distintos de ateísmo: ateísmo dogmático e ateísmo virtual. Ateísmo dogmático refere-se ao tipo de ateísmo em que o homem aberta e categoricamente afirma que Deus não existe. Eles negam explicitamente a existência de Deus. Ateísmo virtual refere-se ao tipo de ateísmo em que o homem sustenta teorias que são contrárias à crença em um Ser Supremo ou que definem Deus pelo uso de termos que virtualmente negam sua existência.

Além dos ateus dogmáticos e ateus virtuais, existem muitos não ateus que, mesmo não negando a existência de Deus, ignoram Deus e vivem como se Ele não existisse. 
Durante o presente século, existe um esforço intenso para propagar o ensinamento do ateísmo. O ateísmo dogmático, por sinal, é um dos princípios fundamentais do comunismo marxista moderno. Ainda que o comunismo tenha feito conquistas políticas, elas estão sujeitas a estes ensinamentos. Nesta nação, uma cruzada intensa está em curso contra o comunismo. Mas ao mesmo tempo o ateísmo, materialismo, evolução e filosofias similares são permitidas e ocupam um lugar dominante na educação Americana moderna.

A extensão do ateísmo nas faculdades e universidades americanas e até em alguns seminários é demonstrada pelo Dr. Wilbur M. Smith no seu livro Therefore Stand (Boston: Wilde Cu., 1946).

Em 1925, Charles Smith, um ex-estudante de divindade, fundou a organização definitiva para a propagação do ateísmo especialmente em faculdades e universidades. Ela foi chamada de Associação Americana para o Avanço do Ateísmo.

O ateísmo está condenado à falência total. O homem normalmente acredita na existência de Deus. O ateísmo é anormal. O ateísmo luta numa batalha perdida. Viaja num caminho errado de mão única. Algum sucesso aparente é apenas temporário. Quando o homem retorna à normalidade, ele volta a crer na existência de Deus. Henry C. Thiessen descreveu a inadequação do ateísmo:

A posição ateísta é algo muito insatisfatório, instável e arrogante. É insatisfatória porque falta a todos os ateus a segurança do perdão de seus pecados; todos têm uma vida fria e vazia; todos eles desconhecem a paz e a amizade com Deus. É instável porque é contrário a mais profunda convicção humana. Tanto as Escrituras quanto a história mostram que o homem necessariamente e universalmente acredita na existência de Deus. O ateísmo virtual testifica isto pelo fato de adotarem uma abstração para explicar o mundo e suas vidas. É arrogante porque eles fingem ser oniscientes. O conhecimento limitado pode inferir a existência de Deus, mas é necessário um conhecimento exaustivo de todas as coisas, inteligências e tempos para estabelecer dogmaticamente que não existe Deus. O ateísmo dogmático deve ser explicado como sendo uma condição anormal. Assim como o pêndulo do relógio pode ser deslocado para o centro por uma força interna ou externa, também a mente humana pode ser deslocada de sua posição normal por uma falsa filosofia. Quando a força é removida, ambos, o pêndulo e a mente humana, voltarão para sua posição normal (Thiessen, Henry C. Lectures in Systematic Theology. Grand Rapids : Eerdmans, 1951, pp. 65, 66).

Por que existem homens ateus? O ateísmo é uma tentativa racional de abrandar a consciência culpada pela negação da existência de Deus e, como decorrência disto, a negação da inexistência do pecado. Louis Berkhof explicou:

Em última análise, o ateísmo resulta de um estado moralmente pervertido do homem e de seu desejo de escapar de Deus. Isto cega deliberadamente e suprime o mais fundamental instinto do homem, a necessidade mais profunda de sua alma, a maior aspiração do espírito humano e o anseio do coração que busca por um Ser superior (Berkhof, Louis. Systematic Theology. Grand Rapids : Eerdmans, 1949, p. 22).

II. Agnosticismo
O Agnosticismo nega que Deus possa ser conhecido. Os agnósticos afirmam que não dispomos de informação suficiente para saber se Deus existe ou não. O agnóstico insiste que ele não é ateu. Ele diz “eu não digo que Deus não existe; eu não sei se existe um Deus”.

O agnosticismo ensina que o nosso conhecimento é limitado às coisas que podem ser demonstradas. É impossível, portanto, para o homem saber qualquer coisa sobre a existência de Deus, a natureza de Deus ou o propósito do universo. O agnosticismo nega o fato de que Deus revelou a Si mesmo para o homem e que o homem é capaz de conhecer a Deus.

Desde os tempos dos Sofistas Gregos (500-400 a.C.) até o presente, muitos sistemas de filosofia têm incorporado dúvida, ceticismo e agnosticismo. Alguns dos filósofos agnósticos do passado são David Hume (1711-1776), Immanuel Kant (1724-1804), Sir William Hamilton, Auguste Comte (1798-1857), Herbert Spencer (1820-1903) e Thomas H. Huxley (1825-1895).

Bertrand Russell é um dos líderes do agnosticismo neste século. Russell é um britânico, nascido em 1872. No artigo “O que é um Agnóstico?”, publicado pela revista Look, em 1953, Bertrand Russel escreveu:

O agnóstico suspende o julgamento, dizendo que não há provas suficientes nem para afirmar, nem para negar. Ao mesmo tempo, um agnóstico pode sustentar que a existência de Deus, ainda que não seja impossível, é muito improvável; ele ainda sustenta que isto é tão improvável que não vale a pena ser considerado na prática. Neste caso, ele não está distante do ateísmo. Sua atitude talvez seja aquela que um cuidadoso filósofo teria em relação aos deuses da antiga Grécia. Se me pedissem para provar que Zeus, Poseidon, Hera e o resto dos deuses do Olimpo não existem, eu poderia encontrar argumentos conclusivos. Um agnóstico talvez pense que o Deus Cristão é improvável como os deuses do Olimpo, e, neste caso, ele é, na prática, alguém como os ateus.

III. Panteísmo
Panteísmo é a crença de que Deus é a soma total de todas as coisas criadas. O panteísmo afirma que Deus e o universo são idênticos. Eles declaram que Deus é tudo e tudo é Deus. De acordo com esta teoria, Deus não tem uma existência separada de Suas criaturas. O panteísmo nega a personalidade de Deus.

O Panteísmo tem sido uma das mais prevalentes filosofias religiosas do homem. Ela é a filosofia oculta que sustenta o Hinduísmo. Ela foi considerada pelos filósofos gregos e místicos medievais. Ainda é considerada por muitos filósofos e vários cultos religiosos modernos. Alguns dos filósofos que lideram a defesa do panteísmo nos tempos modernos são Giordano Bruno (1549-1600), Baruch Spinoza (1632-1677), F. W. J. Schelling (1775-1854) e Hegel (1770-1831).

Contrário ao panteísmo, o teísmo defende a verdade de que Deus é uma pessoa e que Ele tem uma existência à parte de Sua criação. Deus e o universo não são idênticos; eles são duas unidades separadas de existência. Deus é o criador, o universo foi criado. O universo deve sua existência a Deus; Deus não deve sua existência a ninguém. O universo teve um início definido no tempo; Deus existe desde a eternidade. Houve um tempo em que o universo não existia. Neste tempo, Deus existia sozinho.

Dois termos designam a relação de Deus com o universo. Imanência refere-se ao fato de que o poder de Deus está presente em todo lugar através do universo. Transcendência refere-se ao fato de que Deus é infinitamente superior a Sua criação e tem uma existência independente de Suas obras. O panteísmo enfatiza demais a imanência de Deus para excluir Sua transcendência. O oposto extremo do panteísmo é o deísmo. O deísmo enfatiza demais a transcendência de Deus para excluir sua imanência.

IV. Politeísmo
Politeísmo é a crença em vários deuses. Isto é o oposto do monoteísmo, que é a crença em um único Deus. A humanidade foi originalmente monoteísta. Este fato é afirmado não apenas na Bíblia, mas também na história e na antropologia. A humanidade foi criada inteligente, civilizada e monoteísta. A raça humana degenerou do jardim para a selva, da civilização para a selvageria e do monoteísmo para o politeísmo.

A origem do politeísmo é descrita em Romanos 1:20-23: “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.

V. Deísmo
Deísmo é a filosofia que nega a providência de Deus ou o governo do universo. Deístas acreditam que Deus criou o universo em algum momento da antiguidade, mas desde então não tem mais nenhuma relação com ele. Eles explicam que o universo foi impulsionado pelo criador, como alguém “dá corda” num relógio deixando-o por si desde então. O deísmo nega a inspiração da Bíblia, milagres, resposta às orações e a presença de Deus neste mundo.

O teísmo inglês surge como o resultado dos primeiros dois séculos de controvérsia sobre questões religiosas. As descobertas de Copérnico e a obra de Francis Bacon também contribuíram de alguma forma. Lord Herbert, de Cherbury (1581-1648), é conhecido como “o pai do deísmo”. Thomas Hobbes (1588-1679), Charles Blount (1654-1693), Anthony Collins (1676-1729), Matthew Tindal (1657-1733), Lord Bolingbroke (1678-1751) e Thomas Paine (1737-1809) eram deístas ingleses. Na França, o movimento deísta só despontou um século depois de ter surgido na Inglaterra. Voltaire (1694-1778) e Rousseau (1712-1778) podem ser classificados como deístas franceses. Algumas teorias evolucionárias modernas são deísticas em sua explicação do universo. (Thiessen. Op. cit., p. 75)

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