Capítulo V
Teorias
Antiteístas
Em
oposição aos fatos verdadeiros revelados na Palavra de Deus, os homens têm
formulado muitas teorias falsas a respeito de Deus e do universo. Todas as
teorias que negam os fatos afirmados pelo teísmo escritural são antiteísticas.
Originalmente,
a raça humana era monoteísta. O Homem adorou o único e verdadeiro Deus e
conheceu os fatos que Ele lhes revelou a respeito de Si mesmo. Através do
pecado, entretanto, o homem virou as costas para Deus e degenerou-se na
escuridão do paganismo. O homem caído mudou a glória de Deus em idolatria
(Romanos 1:21-23) e mudou a verdade de Deus para mitologia (Romanos 1:25).
Vivendo na escuridão, separado de Deus, o homem formulou várias teorias
antiteístas na intenção de explicar o significado da existência.
Algumas
das principais teorias antiteístas que nós podemos considerar são ateísmo,
agnosticismo, panteísmo, politeísmo e deísmo.
Os
fatos verdadeiros do teísmo cristão e as falsas teorias antiteísticas são
demonstradas na tabela a seguir.
Fatos Teísticos Teorias Antiteísticas
Existência
de Deus Ateísmo
Autorrevelação
de Deus Agnosticismo
Autoexistência
de Deus Panteísmo
Personalidade
de Deus Materialismo
Monoteísmo Politeísmo
Unidade
Simples de Deus Trinitarianismo,
Triteísmo
Providência
de Deus Deísmo
I.
Ateísmo
O
ateísmo nega a existência de Deus. Ateísmo é o oposto do teísmo. O Homem foi
criado e é normal para ele acreditar na existência de Deus. O ateísmo é
anormal.
O ateísmo, de acordo com sua etimologia, significa uma negação
da existência de Deus. Era aplicado pelos gregos antigos a Sócrates e outros
filósofos, para indicar que eles falharam em aceitar a religião popular. No
mesmo sentido, foi aplicado aos primeiros cristãos. Desde que o uso do termo
Teísmo foi definitivamente fixado em todas as línguas modernas, o Ateísmo
necessariamente ocupa a posição de negação da existência de um Criador pessoal
e Governante Moral. Muito embora a fé em um Deus pessoal seja resultado do
reconhecimento espontâneo do Deus que se manifesta de forma consciente e nas
obras da natureza, o ateísmo ainda é possível como um estado anormal de
consciência induzida pela especulação sofisticada ou pela tolerância de paixões
pecaminosas, é possível precisamente como um idealismo subjetivo (Hodge, A. A. Outlines of Theology. Grand Rapids:
Eerdmans, 1949, pp. 46, 47).
Existem
dois tipos distintos de ateísmo: ateísmo dogmático e ateísmo virtual. Ateísmo dogmático refere-se ao tipo de
ateísmo em que o homem aberta e categoricamente afirma que Deus não existe.
Eles negam explicitamente a existência de Deus. Ateísmo virtual refere-se ao tipo de ateísmo em que o homem
sustenta teorias que são contrárias à crença em um Ser Supremo ou que definem
Deus pelo uso de termos que virtualmente negam sua existência.
Além
dos ateus dogmáticos e ateus virtuais, existem muitos não ateus que, mesmo não
negando a existência de Deus, ignoram Deus e vivem como se Ele não
existisse.
Durante
o presente século, existe um esforço intenso para propagar o ensinamento do
ateísmo. O ateísmo dogmático, por sinal, é um dos princípios fundamentais do
comunismo marxista moderno. Ainda que o comunismo tenha feito conquistas
políticas, elas estão sujeitas a estes ensinamentos. Nesta nação, uma cruzada
intensa está em curso contra o comunismo. Mas ao mesmo tempo o ateísmo,
materialismo, evolução e filosofias similares são permitidas e ocupam um lugar
dominante na educação Americana moderna.
A
extensão do ateísmo nas faculdades e universidades americanas e até em alguns
seminários é demonstrada pelo Dr. Wilbur M. Smith no seu livro Therefore Stand (Boston: Wilde Cu.,
1946).
Em
1925, Charles Smith, um ex-estudante de divindade, fundou a organização
definitiva para a propagação do ateísmo especialmente em faculdades e
universidades. Ela foi chamada de Associação Americana para o Avanço do
Ateísmo.
O ateísmo
está condenado à falência total. O homem normalmente acredita na existência de
Deus. O ateísmo é anormal. O ateísmo luta numa batalha perdida. Viaja num
caminho errado de mão única. Algum sucesso aparente é apenas temporário. Quando
o homem retorna à normalidade, ele volta a crer na existência de Deus. Henry C.
Thiessen descreveu a inadequação do ateísmo:
A posição ateísta é algo muito insatisfatório, instável e
arrogante. É insatisfatória porque falta a todos os ateus a segurança do perdão
de seus pecados; todos têm uma vida fria e vazia; todos eles desconhecem a paz
e a amizade com Deus. É instável porque é contrário a mais profunda convicção
humana. Tanto as Escrituras quanto a história mostram que o homem
necessariamente e universalmente acredita na existência de Deus. O ateísmo
virtual testifica isto pelo fato de adotarem uma abstração para explicar o
mundo e suas vidas. É arrogante porque eles fingem ser oniscientes. O
conhecimento limitado pode inferir a existência de Deus, mas é necessário um
conhecimento exaustivo de todas as coisas, inteligências e tempos para
estabelecer dogmaticamente que não existe Deus. O ateísmo dogmático deve ser
explicado como sendo uma condição anormal. Assim como o pêndulo do relógio pode
ser deslocado para o centro por uma força interna ou externa, também a mente
humana pode ser deslocada de sua posição normal por uma falsa filosofia. Quando
a força é removida, ambos, o pêndulo e a mente humana, voltarão para sua
posição normal (Thiessen, Henry C. Lectures
in Systematic Theology. Grand Rapids : Eerdmans, 1951, pp. 65, 66).
Por
que existem homens ateus? O ateísmo é uma tentativa racional de abrandar a
consciência culpada pela negação da existência de Deus e, como decorrência
disto, a negação da inexistência do pecado. Louis Berkhof explicou:
Em última análise, o ateísmo resulta de um estado moralmente
pervertido do homem e de seu desejo de escapar de Deus. Isto cega
deliberadamente e suprime o mais fundamental instinto do homem, a necessidade
mais profunda de sua alma, a maior aspiração do espírito humano e o anseio do
coração que busca por um Ser superior (Berkhof, Louis. Systematic Theology. Grand Rapids : Eerdmans, 1949, p. 22).
II.
Agnosticismo
O
Agnosticismo nega que Deus possa ser conhecido. Os agnósticos afirmam que não
dispomos de informação suficiente para saber se Deus existe ou não. O agnóstico
insiste que ele não é ateu. Ele diz “eu não digo que Deus não existe; eu não
sei se existe um Deus”.
O
agnosticismo ensina que o nosso conhecimento é limitado às coisas que podem ser
demonstradas. É impossível, portanto, para o homem saber qualquer coisa sobre a
existência de Deus, a natureza de Deus ou o propósito do universo. O
agnosticismo nega o fato de que Deus revelou a Si mesmo para o homem e que o
homem é capaz de conhecer a Deus.
Desde
os tempos dos Sofistas Gregos (500-400 a.C.) até o presente, muitos sistemas de
filosofia têm incorporado dúvida, ceticismo e agnosticismo. Alguns dos
filósofos agnósticos do passado são David Hume (1711-1776), Immanuel Kant (1724-1804),
Sir William Hamilton, Auguste Comte (1798-1857), Herbert Spencer (1820-1903) e
Thomas H. Huxley (1825-1895).
Bertrand
Russell é um dos líderes do agnosticismo neste século. Russell é um britânico,
nascido em 1872. No artigo “O que é um Agnóstico?”, publicado pela revista
Look, em 1953, Bertrand Russel escreveu:
O agnóstico suspende o julgamento, dizendo que não há provas
suficientes nem para afirmar, nem para negar. Ao mesmo tempo, um agnóstico pode
sustentar que a existência de Deus, ainda que não seja impossível, é muito
improvável; ele ainda sustenta que isto é tão improvável que não vale a pena
ser considerado na prática. Neste caso, ele não está distante do ateísmo. Sua
atitude talvez seja aquela que um cuidadoso filósofo teria em relação aos
deuses da antiga Grécia. Se me pedissem para provar que Zeus, Poseidon, Hera e
o resto dos deuses do Olimpo não existem, eu poderia encontrar argumentos
conclusivos. Um agnóstico talvez pense que o Deus Cristão é improvável como os
deuses do Olimpo, e, neste caso, ele é, na prática, alguém como os ateus.
III.
Panteísmo
Panteísmo
é a crença de que Deus é a soma total de todas as coisas criadas. O panteísmo
afirma que Deus e o universo são idênticos. Eles declaram que Deus é tudo e
tudo é Deus. De acordo com esta teoria, Deus não tem uma existência separada de
Suas criaturas. O panteísmo nega a personalidade de Deus.
O Panteísmo
tem sido uma das mais prevalentes filosofias religiosas do homem. Ela é a
filosofia oculta que sustenta o Hinduísmo. Ela foi considerada pelos filósofos
gregos e místicos medievais. Ainda é considerada por muitos filósofos e vários
cultos religiosos modernos. Alguns dos filósofos que lideram a defesa do
panteísmo nos tempos modernos são Giordano Bruno (1549-1600), Baruch Spinoza
(1632-1677), F. W. J. Schelling (1775-1854) e Hegel (1770-1831).
Contrário
ao panteísmo, o teísmo defende a verdade de que Deus é uma pessoa e que Ele tem
uma existência à parte de Sua criação. Deus e o universo não são idênticos;
eles são duas unidades separadas de existência. Deus é o criador, o universo
foi criado. O universo deve sua existência a Deus; Deus não deve sua existência
a ninguém. O universo teve um início definido no tempo; Deus existe desde a
eternidade. Houve um tempo em que o universo não existia. Neste tempo, Deus
existia sozinho.
Dois
termos designam a relação de Deus com o universo. Imanência refere-se ao fato de que o poder de Deus está presente em
todo lugar através do universo. Transcendência
refere-se ao fato de que Deus é infinitamente superior a Sua criação e tem uma
existência independente de Suas obras. O panteísmo enfatiza demais a imanência
de Deus para excluir Sua transcendência. O oposto extremo do panteísmo é o
deísmo. O deísmo enfatiza demais a transcendência de Deus para excluir sua
imanência.
IV.
Politeísmo
Politeísmo
é a crença em vários deuses. Isto é o oposto do monoteísmo, que é a crença em
um único Deus. A humanidade foi originalmente monoteísta. Este fato é afirmado
não apenas na Bíblia, mas também na história e na antropologia. A humanidade
foi criada inteligente, civilizada e monoteísta. A raça humana degenerou do
jardim para a selva, da civilização para a selvageria e do monoteísmo para o
politeísmo.
A
origem do politeísmo é descrita em Romanos 1:20-23: “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo,
tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem
pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto,
tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças;
antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se
obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus
incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de
quadrúpedes, e de répteis.”
V.
Deísmo
Deísmo
é a filosofia que nega a providência de Deus ou o governo do universo. Deístas
acreditam que Deus criou o universo em algum momento da antiguidade, mas desde
então não tem mais nenhuma relação com ele. Eles explicam que o universo foi
impulsionado pelo criador, como alguém “dá corda” num relógio deixando-o por si
desde então. O deísmo nega a inspiração da Bíblia, milagres, resposta às
orações e a presença de Deus neste mundo.
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